Edición 2021

Nesta edición, o mellor tema musical publicado en Galiza e en Portugal en 2020 son, respectivamente, Guadi Galego, con Cólico, e Cláudia Pascoal con Quase Dança. En poesía os gañadores foron a galega Rosalía Fernández Rial, polo poema A reflexión, e a portuguesa Márcia, por O verão sabeme bem. O premio especial do xurado á Embaixada da amizade galegolusófona foi para José Viale Moutinho.


  • Finalista 2021, Galiza

    desmonten os marcos e as estruturas históricas que os sustentan
    fagan con eles filigranas retóricas amplificadas mesmo desde as
    tribunas

    aventuren un campo léxico apropiado e versátil
    esténdano en subcampos
    pólas

    que contaxien unha convicción de saber
    irradien os conceptos en capas delgadas finísimas case transparentes
    convoquen as paixóns e os fracasos as emocións máis empáticas
    ateiguen a praza no entusiasmo do slogan
    coloquen algunha melodía como himno
    -a liña rítmica ha ser sinxela o texto tamén mais con esquinas
    e algún espazo para versións a varias voces-
    desprácense en espiral percórrana entre salóns e cronistas
    comprázanse no cálido suxeito que foron moldeando
    dean unha volta outra máis ampla
    fagan rolda no extensión do radio
    arquivoltas dun perímetro aberto aberto aberto
    e na conxunción de afectos e verdes horizontes1
    procédase con mesura e cautela
    á deglutición

  • Finalista 2021, 1º posto Galiza
    Finalista 2021, 1º posto Galiza

    Limpo as miñas lágrimas
    se penso que esta noite chegarás,
    xuro que se tratas de achegarte
    de ti me apartarei.

    Imaxino chacras nos bares
    onde danzan os xamáns,
    enerxía limpa sen impostos
    que non teña que pagar.

    Pode que acepte a túa presenza
    por non saber onde escapar,
    pode que invente un teorema
    para saberte descifrar.

    Movo as agullas do reloxo
    que merquei en Portugal,
    conto os segundos para botarte
    desta casa un día máis.

    Pode que insista en entenderte
    sen violencia e aceptar
    que ti te invitaches,
    que eu non te chamei
    á miña casa un día máis.

    Pode que acepte a túa presenza
    por non saber onde escapar,
    pode que invente un teorema
    para saberte descifrar…

    Pode que acepte a túa presenza
    por non saber onde escapar,
    pode que invente un teorema
    para saberte descifrar…

  • Finalista 2021, 1º posto Portugal

    Finges ser o que nada interessa
    Tomas a personagem de uma pessoa certa
    Ris do meu normal
    Da minha realidade linear.

    Sofres de riqueza e nada é certo
    Pois a certeza que tu tens é igual a zero,
    Podes falar que não vou ouvir tão cedo.

    Vais sempre fingir gostar de alguém
    Gostas tanto ou tão pouco quando te convém
    Vamos dançar o vira, enquanto o vira é dança
    Mas o samba que tu danças também me cansa.

    Agora é coitadinho e fui tão injustiça
    Mas a injustiça é o que ganhaste à minha custa
    Pedes consolo a qualquer uma não interessa ser lusa.

    Dizes que sou estranha e não sou muito menina
    Que ponho muito açúcar na minha cafeína
    Mas ao menos não meto conversa com mil Rosas e Carolinas.

    Vais sempre fingir gostar de alguém
    Gostas tanto ou tão pouco quando te convém
    Vamos dançar o vira, enquanto o vira é dança
    Mas o samba que tu danças também me cansa.

    Não sabes o vira mas a gente ensina
    Quem pode vem, quem não pode sai de cima!
    Sai de cima oh larilolé oh ai
    oh larilolé oh ai oh ai
    oh larilolé oh ai oh ai
    oh larilolé oh ai oh ai
    Parou Parou! Não vale a pena! Não vale a pena porque:

    Ele vai sempre fingir gostar de alguém
    Gosta tanto ou tão pouco quando lhe convém
    Não vamos dançar o vira, porque o vira já me cansa
    Pára de dançar, pega na guitarra e apenas canta.

  • Finalista 2021, 2º posto Galiza
    Finalista 2021, 2º posto Galiza

    Quen dixo que é de noso esta Terra
    para nela sementar férreas fronteiras?
    Quen converteu o mar nun punto negro
    ao que van naufragar soños eternos?

    A pel que nos envolve e aloumiña
    xa non acalafría ante a inxustiza;
    xa non se quebra con cruel anguria
    de quen anceia un lar mentres camiña.

    Das pedras valoramos a dureza,
    dos homes, disque agora, a vileza.
    Chegou a hora de tatuar nas almas
    un corazón, un beixo, unha esperanza.

    Se é tempo de liberarse,
    se hai sorrisos no aire,
    se ti e eu anceiamos sempre
    unha vida, moitas, diferentes…

    Sobran palmas que alzan o ego
    de quen do mundo fai o seu feudo;
    faltan mans que constrúan fogares
    e destrúan barreiras de maldade.

    Xa abonda de baldías escusas.
    Dan vergonza as promesas obtusas.
    Fan falla humanas obras e feitos
    que á vida garantan o dereito.

    Ringleiras de soños agatuñan murallas,
    alfaias sen vida aboian nas praias.

    Hoxe é a primeira alba dunha era
    que agarda, apaixonada, sen espera,
    que deixa atrás, por fin, no esquecemento
    salaios, feridas, silencio…

  • Finalista 2021, 2º posto Portugal

    Insistes em acender chama apagada
    Chama apagada e ficas a vê-la arder
    Ligas-me tarde perto da madrugada
    Da madrugada como se eu fosse atender

    E sim, ninguém nos rouba a intimidade
    Mas que se lixem as saudades
    Tu não és bom p’ra mim

    Se algum dia te chamei de querido
    Agora tem outro sentido
    E eu não volto a cair

    Esquece essa ideia
    Descabida de um beijo
    Nós já nem sequer falamos a mesma língua

    Não me fales de amor
    Que tu estragaste o conceito
    E agora eu falo outras línguas

    Deixa-te de coisas que ainda fazes
    Ainda fazes mais estragos
    Já lá vão as noites em que sonhamos
    Em que sonhamos com os mesmos pecados

    E sim, ninguém nos rouba a intimidade
    Mas que se lixem as saudades
    Tu não és bom p’ra mim

    Se algum dia te chamei de querido
    Agora tem outro sentido
    E eu não volto a cair

    Esquece essa ideia
    Descabida de um beijo
    Nós já nem sequer falamos a mesma língua

    Não me fales de amor
    Que tu estragaste o conceito
    E agora falo outras línguas

    Sim tu esquece essa ideia
    Já não me deixas sem jeito
    Já nem sequer assombras os meus dias

    Não me fales de amor
    Que eu não entendo o conceito
    Agora que falo outras línguas
    É que agora eu falo outras línguas

  • Finalista 2021, 3º posto Galiza

    Aquí onde estou ben vexo
    a altura que ten o mar
    tamén vexo o meu amor
    e non lle podo falar,
    tamén vexo o meu amor
    e non lle podo falar.

    O mar anda cheo de sal
    e na ferida adoece
    tamén anda aquel amor
    que tarde ou cedo se esquece,
    tamén anda aquel amor
    que tarde ou cedo se esquece.

    Ai, laralara lala, ai, laralara lala…
    Ai, laralara lala, ai, laralara lala…

    Ai, laralara lala, ai, laralara lala…
    Ai, laralara lala, ai, laralara lala…

    Viña de onda a mariñeira
    moi ben capear o vento
    algún día fuches tu
    a dona do meu contento,
    algún día fuches tu
    a dona do meu contento.

    Ai, laralara lala, ai, laralara lala…
    Ai, laralara lala, ai, laralara lala…

    Ai, laralara lala, ai, laralara lala…
    Ai, laralara lala, ai, laralara lala…

    Fun polo mar eu tamén
    e os dous andamos perdidos
    tu no mar dos meus pesares
    e eu no mar dos teus sentidos,
    tu no mar dos meus pesares
    e eu no mar dos teus sentidos.

    Ai, laralara lala, ai, laralara lala…
    Ai, laralara lala, ai, laralara lala…

  • Finalista 2021, 3º posto Portugal

    pobre menina, tão acidentada sina
    encontrada numa esquina, numa cestinha de palha
    em lourizela, nas traseiras da capela
    como cria de cadela sem santinho que lhe valha

    o padre alfredo velho, cobarde e azedo
    não é tarde nem é cedo despachou a desditosa
    “por este meio” foi na volta do correio
    numa mula sem arreio enviada pra murtosa

    a dona otília que ninguém nem dada queria
    viu na curiosa cria cura para a solidão
    deu-lhe uma sopa e de alguns restos de estopa
    fez-lhe carapins e roupa e uma cama sem colchão

    ao ver aquela tez de cravo e de canela
    deu-lhe o nome gabriela (dava a cara com a careta)
    mas sua beleza em brasa, em chama acesa
    pegou fogo à redondeza como o bafo do capeta

    e a inocente um pobre meio rei de gente
    muito recatadamente espairecia a sua mágoa
    com um rádio velho boca de batom vermelho
    a cantar em frente ao espelho as canções da lena d’água

    lobos malvados, velhos loucos reformados,
    mexericos , maus olhados das beatas da igreja
    mal via a hora de arrancar dali pra fora
    sem deixar rasto, ir embora ver o mundo, ver estarreja

    sem pé de meia teve uma brilhante ideia
    decidiu pedir boleia e só parar em paris
    sem carteira lá foi sem eira nem beira
    e nem sequer viu a fronteira não chegou nem a sanfins

    e em valpaços com alma em mil pedaços
    entreteve-se nos braços de um magala de alcafache
    pediu boleia a um pelintra de gouveia
    que a mandou sair em seia e nunca mais olhou para trás

    sem armar giga cantou-lhe uma cantiga
    deixou-a de barriga e arrancou sem dar sinal
    sem dois tostões deu por ela aos trambolhões
    junto ao porto de leixões com uma filha e um ucal

    sacou dinheiro a um velho engenheiro
    e escondeu-se num cargueiro que rumava à capital
    chegou-se à proa e quase achou que a vida é boa
    ao ver as luzes de lisboa lindas como num postal

    entre destratos, desaforos, desacatos
    varreu escadas, lavou pratos numa tasca do cacém
    entregou-se a um tratante de pedrouços
    saído dos calabouços que a deixou sem um vintém

    no intendente tropeçou numa vidente
    que jurou que mais à frente a sorte havia de sorrir
    a cartomante uma velha de turbante
    intuiu pelo semblante um futuro a reluzir

    na luz da vela viu a luz de gabriela
    com direito até a estrela no passeio de hollywood
    em poucos dias por misteriosas vias
    cumpriam-se as profecias mais certeiras que o talmude

    nessa semana foi pra america, fez fama
    privou com a primeira dama levou a filha ao hawai
    e em gouveia passa um louco, volta e meia
    que blasfema e cambaleia e garante que é o pai

    e na murtosa o padre faz menção honrosa
    festa, missa, pompa e prosa que hoje é feriado local
    em lourizela há uma estátua em honra dela
    “aqui nasceu gabriela o grande orgulho nacional”

    em lourizela,bem de frente pra capela
    para sempre gabriela como quem diz ah pois é
    (e o engenheiro confere o bolso traseiro
    vê que lhe falta dinheiro e volta para leça a pé)

  • Finalista 2021, Galiza

    Se ouvires assobiar
    não penses que é caçador
    que é moda que agora anda
    de assobiar ao amor.

    Se ouvires assobiar
    não penses que é caçador
    que é moda que agora anda
    de assobiar ao amor.

    Oh hi oh ai, oh ri vo lé
    Eu vou ao restaurante tomar café.
    Oh hi oh ai, oh ri vo lé
    Eu vou ao restaurante tomar o chá.

    Menina, não se namore
    de homem casado que é fama,
    namore-se de um solteiro
    que lhe tire os pés da lama.

    Oh hi oh ai, oh ri vo lé
    Eu vou ao restaurante tomar café.
    Oh hi oh ai, oh ri vo ló
    Eu vou ao restaurante tomar o chá.

    Oh hi oh ai, oh ri vo lé
    Eu vou ao restaurante tomar café.
    Oh hi oh ai, oh ri vo ló
    Eu vou ao restaurante tomar o chá.

    Oh hi oh ai, oh ri vo lé
    Eu vou ao restaurante tomar café.
    Oh hi oh ai, oh ri vo ló
    Eu vou ao restaurante tomar o chá.

    Oh hi oh ai, oh ri vo lé
    Eu vou ao restaurante tomar café.
    Oh hi oh ai, oh ri vo ló
    Eu vou ao restaurante tomar o chá.

  • Finalista 2021, Galiza

    A miña sombra sentada alá non sei onde
    entre os murmurios sen saber que dicir
    coa mirada cravada no horizonte
    mentres escoito como me falan de ti,
    mentres escoito como me falan de ti,
    mentres sobrevivo a que falen de ti.

    Xa non queda nada do que antes era,
    agora aquí todo mudou,
    vou buscando escusas na miña cabeza
    para ver se fuxo desta confusión.

    E na rúa a choiva vai mollando a pedra,
    todos os recunchos hoxe falan de ti.
    A golpe de martelo a memoria teima
    en preguntar continuamente por ti,
    en preguntarme unha e outra vez por ti
    e non deixar de preguntar por ti.

    Xa non queda nada do que antes era,
    Casandra nunca adiviñou
    que toda esta calma traería tormenta,
    que a miña loucura apenas comezou.

    Mentres ando perdida pola cidade
    buscando alguén para que me fale de ti
    bebo da loucura e hoxe non deixa de chover.

    E busco alguén que me fale de ti
    e sigo buscando alguén que me fale de ti…
    Todos os recunchos falan de ti
    E a choiva hoxe tamén,
    tamén fala de ti.

  • Finalista 2021, Galiza

    Unha casiña branca
    na mariña entre os loureiros
    co teu amor
    e unha barca
    ter o ceo.

    Debería bastar con iso
    así que non teñas medo
    para que vivir
    disposta a fracasar
    en cada intento?

    Onde comeza o teu desexo?
    Co teu amor
    e unha barca
    ter o ceo.

    Coidar dunhas colmeas
    aínda que nos piquen
    as abellas
    para poder comer o mel
    coas primeiras follas secas.

    Debería bastar con iso
    así que non teñas medo
    para que vivir
    disposta a fracasar
    en cada intento?

    Onde comeza o teu desexo
    e rematan os do resto?
    Co teu amor
    e unha barca
    ter o ceo.

    Coidar dunhas colmeas
    pode ser unha boa idea
    para despois
    comer o mel
    coas primeiras follas secas.

    Unha casiña branca
    co teu amor
    e unha barca
    ter o ceo.

  • Finalista 2021, Galiza

    E só teño un recordo
    de se ías marchar conmigo
    suplicando de xeonllos
    todos os males prohibidos,
    todos os males prohibidos
    e pecados compartidos.
    Axexabas dende a porta
    coa precariedade enxoita
    unha ristra de remorsos
    e discutir batendo a porta.

    Vento, vento, vento
    ai, vento, ven conmigo
    vento, vento, vento
    e aí quedas, meu amigo.

    Vento, vento, vento
    ai, vento ven conmigo
    vento, vento, vento
    e aí quedas, meu amigo.

    E aquí vai cambiando o conto
    case sen leis nin acordos,
    tranquilas que imos facendo
    este camiño máis curto.
    Xa bastante nos calaron
    e seguimos protestando
    a virxe no altar mirando
    xa pasou o 8 de marzo.
    As rúas están tinguidas
    por aquelas que faltaron.

    Vento, vento, vento
    ai, vento, ven conmigo
    vento, vento, vento
    e aí quedas, meu amigo.

    Vento, vento, vento
    encarrila o camiño.
    Vento, vento, vento
    é violeta o destino.

    Vento, vento, vento
    ai, vento, ven conmigo
    vento, vento, vento
    e aí quedas, meu amigo.

    Vento, vento, vento
    encarrila o camiño
    Vento, vento, vento
    é violeta o destino! BIS

  • Finalista 2021, Galiza

    Chegou à minha porta
    coas chaves do inferno nas maos.
    Está-mas a oferecer
    e sei que vou ceder.

    Tal honra nom mereço.
    Tam má nom fum, ou si? nom o sei.
    Serei guardiá do averno,
    zeladora sem temor.

    A essência do averno está
    outra vez nas minhas maos.
    Mil trompetas ouvirás
    quando o fecho for girar.

    Se me pedirem outra vez
    as chaves do inferno,
    eu nom lhas penso dar.

    Pode ser que as necessite
    para fazer a minha festa
    e será espectacular!

    O averno está na esquina
    parece umha porta normal,
    mas de cerca ouvirás
    linguagens irreais.

    Conhecer o demo está
    outra vez nas minhas maos.
    Pa para papapapa,
    pa para papapapa…

    Mil trompetas ouvirás
    quando o fecho for girar.
    Pa para papapapa,
    pa para papapapa…

    Se me pedirem outra vez
    as chaves do inferno,
    eu nom lhas penso dar.

    Pode ser que as necessite
    para fazer a minha festa
    e será espectacular!

    Bem-vidas a esta festa!
    Pa para papapapa,
    pa para papapapa…

  • Finalista 2021, Galiza

    Cal será o camiño
    onde nos leve a sorte?
    Vivimos na incerteza
    hoxe xa non é onte!

    Os amores xa murcharon
    e xa non hai abrazos,
    as caricias e os desexos
    foron voando lonxe.

    Mais nada nos vai separar
    non se pode adiar o cariño,
    temos moito que contar
    desde México até o Miño.

    No verán soan rancheiras e muiñeiras
    no inverno o vento sur
    na serra do Suído
    México lindo e querido
    e a cruz e a cruz do olvido

    Festa e fe para soñar
    canto e pranto doutros tempos que virán,
    festa e fe para mudar
    canto e pranto doutros mundos que virán.

    Mais nada nos vai separar
    non se pode adiar o cariño,
    temos moito que cantar
    desde México até o Miño.

    No verán soan rancheiras e muiñeiras,
    no inverno o vento sur
    na serra do Suído,
    México lindo e querido
    e a cruz… e a cruz do olvido.

  • Finalista 2021, Galiza

    Marabíllome da terra,
    marabilla, marabilla é o mar,
    marabíllome das flores,
    marabilla, marabilla son as cores.
    Marabíllome dos nenos,
    marabíllanme os ollares,
    marabíllome dos vellos,
    sabedoría a raudales.

    Se quero escoitar a beleza ao meu redor
    escoitarei o meu propio son,
    se quero escoitar o universo ao meu redor
    escoitarei o meu propio son…

    Marabíllome das árbores
    dos seus froitos, dos sabores,
    se quero escoitar o universo ao meu redor
    escoitarei o meu propio son…

  • Finalista 2021, Portugal

    Já não durmo e o tempo aos poucos começa a roubar-me a vida
    Tanta porta para entrar e eu quero encontrar a saída
    Sinto que eu própria já não me reconheço
    E quando escrevo a história, às vezes não me lembro
    Quem era, como era

    Somos só memória à espera de não ser esquecida

    Chorei no meu ombro ao espelho só pra me confortar
    No reflexo vejo o medo por pensar em falhar
    Quem era, como era
    Somos só memória à espera de não ser esquecidos
    Quem era, como era,
    Somos só memória à espera de não ser esquecidos

    Eu sou só um corpo que curou todas as suas feridas
    Mas dentro da minha cabeça tenho a alma destruída
    Porque eu sinto que eu própria já não me reconheço
    E quando escrevo a história, às vezes não me lembro
    De quem era, como era

    Somos só memória à espera de não ser esquecida

    Chorei no meu ombro ao espelho só pra me confortar
    No reflexo vejo o medo por pensar em falhar
    Quem era, como era
    Somos só memória à espera de não ser esquecidos
    Quem era, como era,
    Somos só memória à espera de não ser esquecidos

  • Finalista 2021, Portugal

    Saúde e dinheiro para gastos, tesão
    Pouco mais importa como brinda o meu amigo João
    Com esse brinde eu começo uma canção
    Que não prescinde uma certa reflexão

    Em menos de nada, a gente já foi boy
    Tenta ser o Winnie em vez de quereres ser o cowboy
    Escolhe bem as tuas guerras, o que não te mada moi
    Ambição é boa, mas quando cega, destrói (No doubt)

    Quem te fala não sabe nada, mas vai a meio do caminho
    Não vale a pena fazê-lo sozinho
    De que serve a jornada se não partilhas a chegada
    Bem regada com o teu vizinho

    Ouve o meu conselho, se tiveres pra aí virado
    Verdadeiro sucesso é amar e ser amado
    Se disserem o contrário não fiques preocupado
    Nã, assobia para o lado

    Assobia para o lado
    Assobia para o lado
    Assobia para o lado

    Eu só quero tar tranquilo, rodeado de algumas coisas
    Que preciso para ter a minha paz
    Pra quê andar atrás daquilo que não controlo
    Quando na verdade o essêncial satisfaz

    A maioria não está necessáriamente certa
    Questiona o que te dizem, mantém-te alerta
    Não tenhas medo arriscar a vida é uma oferta
    Mas essa porta, não fica para sempre aberta

    Não percas muito tempo a pensar no que vão dizer
    Por aí, na dúvida sorri
    Respeita a vontade que pulsa dentro de ti
    Para viveres em pleno a passagem por aqui

    Ouve o meu conselho se tiveres pra aí virado
    Não precisas de luz pra te sentires realizado
    Se disserem o contrário não fiques preocupado
    Nã, nã, assobia para o lado

    Assobia para o lado
    Assobia para o lado
    Assobia para o lado

    Ma’ nada
    Assobia para o lado

    Assobia para o lado
    Assobia para o lado

    Há sempre um mano enjoado
    No caminho pra’o trabalho
    No trânsito parado
    Aquele tipo mal educado
    Que nunca sorri ou responde
    Quando é cumprimentado
    Esquece!
    Não te rales muito bro
    Preocupa-te com aquilo
    Que é realmente importante
    Quanto ao resto, sabes…
    Assobia para o lado
    Assobia para o lado

  • Finalista 2021, Portugal

    kriolu sta sabi sta
    nos kriolu sta sabi sta
    nos kriolu sta sabi sta
    nos kriolu sta sabi

    sigo na fé com as ilhas na mira
    na nha playlist eu só giro kambas
    tipo julinho en sa ta vivi good
    nação kriola nha eterno mood

    (Julinho KSD)
    nha kriolu eh sabi nigga
    di nos língua en ka ta kexa
    berdiano ku tuga prontu pa casa dentu d’igreja
    um grogu rixu pa kes gagu para di gagueja
    dentu tuga ku kriolu nu ta festeja

    uiiiaaaiiiaaa uiiiiaaaiiiaaa
    nu ta mistura nôs tudu eh kriolu
    uuuiiiiaaiii uiiiiaaaaiiiaaa
    branco ku pretu um gerason di oru

    kriolu sta sabi sta
    nos kriolu sta sabi sta
    nos kriolu sta sabi sta
    nos kriolu sta sabi

    hoje vibro com a minha lisa
    quem sabe o que o amanhã reserva
    se serei príncipe numa box
    e se de surra vou gritar blezaaaa

    (Julinho KSD)
    nha kriolu eh sabi nigga
    di nos língua en ka ta kexa
    berdiano ku tuga prontu pa casa dentu d’igreja
    um grogu rixu pa kes gagu para di gagueja
    dentu tuga ku kriolu nu ta festeja

    nu ta festeja, nu ta festeja
    dama bonita eh pa nu beja
    pa nu beja, pa nu beja
    grogu fedi riba mesa
    riba mesa, riba mesa
    dentu zona oji tem festa
    di certeza, di certeza

    uiiiaaaiiiaaa uiiiiaaaiiiaaa
    nu ta mistura nôs tudu eh kriolu
    uuuiiiiaaiii uiiiiaaaaiiiaaa
    branco ku pretu um gerason di oru

    uiiiaaaiiiaaa uiiiiaaaiiiaaa
    nu ta mistura nôs tudu eh kriolu
    uuuiiiiaaiii uiiiiaaaaiiiaaa
    branco ku pretu um gerason di oru

    kriolu sta sabi sta
    nos kriolu sta sabi sta
    nos kriolu sta sabi sta
    nos kriolu sta sabi

  • Finalista 2021, Portugal
    Finalista 2021, Portugal

    Olhei para ti e algo mudou, mas o que?
    Não percebi, só sei que nunca terá um fim.

    O que seria de mim,
    Sem ti… sem nós
    Se vivêssemos sós.
    Não há amor na solidão,
    Não há vida sem união.

    E algo mudou, seja o que for, ficou…
    Será amor? Óbvio que sim e perfeito para mim.

    O que seria de mim,
    Sem ti…sem nós
    Se vivêssemos sós.
    Não há amor na solidão,
    Não há vida sem união.

    O que seria de mim,
    Sem ti…sem nós
    Se vivêssemos sós.
    Não há amor na solidão,
    Não há vida sem união.

  • Finalista 2021, Portugal

    Sou um tipo muito atado,
    Ando mal-habituado,
    A fazer só o que quero,
    Tenho tudo, nunca espero.
    A mamã é uma querida,
    Lava a roupa, dá comida,
    Faz de mim um incapaz,

    Mas eu sou um bom rapaz,
    Bom rapaz!

    Apesar de ter escolha,
    Não saio da minha bolha.
    Estou tranquilo, estou tão bem,
    Ao colo da minha mãe,
    Que eu adoro, que me adora,
    Que me liga de hora a hora,
    Porque eu sou um incapaz.

    Mas eu sou um bom rapaz,
    Bom rapaz!

    Acho que já sou capaz,
    De fazer o que a mãe faz,
    Mas é perfeito assim!
    A Mamã faz por mim,
    Tudo o que eu deixo para trás,
    Como se eu fosse um incapaz!

    Bom rapaz!
    Bom rapaz!

    Quando esbanjo o meu dinheiro,
    Ela parte o mealheiro,
    Sou o seu filho adorado,
    Não quer ver-me atrapalhado.

    Saio à rua,
    Ela faz figas,
    Liga aflita p’rás amigas,
    Porque eu sou um incapaz,

    Mas eu sou um bom rapaz!
    Bom rapaz!

    Deixa-me a roupa dobrada, p’ra eu vestir de madrugada e prepara-me a marmita com iogurte e uma barrita para, ao meio da manhã, eu me lembrar da mamã que alimenta o incapaz.

    Mas eu sou um bom rapaz,
    Bom Rapaz!

    Acho que já sou capaz,
    De fazer o que a mãe faz,
    Mas é perfeito assim!
    A Mamã faz por mim.

    Tudo o que eu deixo para trás,
    Como se eu fosse um incapaz!
    Bom rapaz! Bom rapaz!

  • Finalista 2021, Portugal

    Não estamos sós na tempestade
    Ainda há luz neste mar alto
    Ainda há anjos de verdade
    Voam sozinhos no asfalto
    Semeiam sonhos pelas trevas
    Trazem histórias de saudade, meu amor
    Não estamos sós na tempestade

    Meu pai, não vás da nossa mesa
    Não me ensinaste tudo ainda
    Esperarei de luz acesa
    Conta-me histórias de Coimbra
    Foste montanha a vida inteira
    Como a distância me incendeia, meu pai
    Não vás tão cedo desta mesa

    Quando eu voltar, abraça-me por dentro
    Aperta-me de tempo, é tão tarde o amor, é tão tarde
    O primeiro dia há de ser mais que primeiro
    Vem salvar-me por inteiro, no futuro ninguém quer só metade
    Meu amor
    Não estamos sós na tempestade

    Não estamos sós nesta tormenta
    Ainda há festa na varanda
    Uma canção que a noite inventa
    Chega das vozes de outra banda
    Alguém que toca uma guitarra
    Há quem se agarre enquanto dança
    Meu amor
    Vamos estar juntos na bonança

    Não estamos sós nesta saudade
    A rua chora no mesmo aperto
    Há andorinhas na cidade
    São beijos teus no céu aberto
    Quero ver-te ao fim da tarde
    Mas já não tarda a liberdade
    Meu amor
    Não estamos sós na tempestade

    Quando eu voltar, abraça-me por dentro
    Aperta-me de tempo, é tão tarde o amor
    É tão tarde
    O primeiro dia há de ser mais que primeiro
    Vem salvar-me por inteiro
    Do futuro ninguém quer só metade
    Meu amor
    Não estamos sós na tempestade
    Meu amor
    Não estamos sós na tempestade

  • Finalista 2021, Portugal

    estrelas foram estrelas
    que te fizeram assim
    com esse jeito no olhar
    o universo a despertar
    foram estrelas que te trouxeram aqui

    flores são só flores
    que te chamam ao jardim
    quando a estrada te chamar
    promete que vais voltar
    as flores murcham quando não estás aqui

    vê se não rompes o vestido
    vê lá se olhas por ti
    quando estiver todo partido
    lembra-te de mim
    e das estrelas que te fizeram assim

    planos foram planos
    que te levaram daqui
    quantas vidas vou durar
    se caíres eu quero lá estar
    quando os planos se furarem pra ti

    vê se não rompes o vestido
    vê lá se olhas por ti
    quando estiver todo partido
    lembra-te de mim
    e das estrelas que te fizeram assim

    guardo entre as estrelas um lugar pra te vigiar
    pra quando não me lembrar desse jeito no olhar… enfim
    guardo pra mim
    as estrelas que te fizeram assim