Samuel Úria

2 Músicas

Bio

  • Finalista 2020, Portugal

    Trago manuais pra tudo
    Menos pró que der e vier.
    Chego precavida
    Com o dom de esquecer.
    Cumpro o que é devido
    Com excepção do dever.
    Viver…
    Eu só vim cá ver.

    Ando a toda a brida
    Enquanto a vida me der pés pra torcer.
    Trouxe a casa às costas
    E o peito a fugir.
    Sei o que me espera,
    Só me escapa o porvir.
    Viver…
    Melhor que existir.

    Viver
    Viver
    Viver
    Viver

    Arco a culpa, fujo à falta,
    Durmo na revolta, mas resisto em pé.
    Parto pratos, varro os cacos,
    Armo as mãos pra socos e pra cafuné.

    Faço atalhos e cadilhos,
    Lá me prendo aos trilhos que eu correr de cor.
    Esqueço o luto e vou de branco;
    Só me dão desconto se eu fizer pior.

    Toco à campainha errada
    Sempre à hora certa pra interruptores.
    Sei ser ruiva e sei ter raiva,
    Cor de fogo aviva quem morrer de amores.

    Fujo à briga e vou à luta:
    Dedos na batuta, egos por reger.
    Trago a abundância à justa
    Que nem sempre custa, isso de viver.

    Já sei o sentido disto tudo
    Quem mais diz é quem é
    Queimo a estaca zero,
    Eu recuso o sopé.
    Vou rumo ao mistério;
    Vivo em saltos de fé!

    Pois é…

  • Finalista 2017, Portugal

    Eu tinha a corda na garganta afinada em dó
    E outra corda no pescoço com um Windsor Knot
    Aperaltado alternativo a aspirar o pop
    Mas com fascínio travestido de mulher de Ló

    Tenho o futuro num post-it que é para ser lembrete
    Pus os meus filhos na cantera mas nenhum promete
    O livre arbítrio fez voz grossa mas saiu falsete
    Mantive a fé e o bom combate na carreira das 7

    Estou reservado para o lado que no fim se ri
    Mas nunca fico no meu canto sem sobrar pra ti
    Não vais chegar às notas altas sem um bisturi
    O auto-tune é tão bem vindo como o Pitanguy

    E dou-me corda
    E dou-me corda
    Eu dou-me corda que está presa numa mão maior

    Eu tenho a corda dos sapatos afinada em ré
    Não consigo andar ‘pra frente p’lo meu próprio pé
    Nem com trotes, nem trinados nem com a Santa Sé
    Falhou-me o auto-empurranço, é só cafuné

    Eu dou-me corda
    E dou-me corda
    Eu dou-me corda que está presa numa mão maior

    Eu dou-me corda
    E dou-me corda
    Eu dou-me corda que está presa numa mão maior