Edición 2024
Nesta edición, as vencedoras do Premio á Mellor Música do Ano na Galiza, De Ninghures; os vencedores do Premio á MellorMúsica do Ano en Portugal, Os Quatro e Meia; a vencedora do Premio á Mellor Poesía do Ano na Galiza, Silvia Penas; e avencedora do Premio á Mellor Poesía do Ano en Portugal, Sílvia Mota Lopes; e os representantes da Sociedade Cultural eDesportiva do Condado, distinguidas nesta ocasión co Premio Especial do Xurado á Embaixada da Amizade Galego–Lusófona.
SENTEI sobre a memoria con coidado
para que non rompese
coma se algo fose cortar a transmisión
de carne entre nós os dous.
Co meu peso abrín un oco
por exceso de preguntas:
onde estabas a existir antes de min?
Como era a túa transparencia?
Sentín a esfera do mundo
perder a súa casca no meu intestino
gabearon polos meus nervios de trapo
algunhas ratas, esquíos, furóns
chegaron ao núcleo mesmo do tempo
e unha tensión de arpa cravou
a miña silueta naquel edén terrible
xunto á raíz da araucaria.
Apareceu a túa voz
antes do diluvio
aínda antes
de que ouvease o bosque
en todos os desmaios desas mortas
por parir
e a súa suavidade fería os meus latexos.
Toda a miña brusquidade contra a túa fráxil textura
de cadrelo
e aquel cheiro teu salvaxe de animal que treme
e sabe ser feroz
se hai montaña ou se hai lúa
ou se as deusas precipitan os designios.
Sabes volverme insomne
deixar pegadas en cada precipicio ao que me inclino.
Vou volver aprenderlle o teu nome aos meus soños
dubidan entre chamarte
ou perderte no templo vasto da memoria.Estou sentada xusto alí
ardendo
alí temendo o teu regreso
e a vinganza toda.
Apaguei as túas formas de respirar cada vez que se
alumaban
escondín os teus restos baixo o cairo superior
—eu quería algo punzante para a túa custodia ninguén
te buscaría entre tanta saliva e tanta noite—.
Agora o meu padal é un berce que arrola
o esquecemento
polos séculos.Atravésote acotío con aire quente e con palabras
é curioso que de ti apenas medre este silencio.Há mulheres que trazem os livros nos olhos
passam rímel de palavras pelas pestanas
outras trazem o mar no ventre
quando salgam os poemas.
Umas velam a lua sobre o peito
enquanto um rio percorre o seu fluxo
e nas torrentes do inverno
acendem nas mãos o seu lume.
Outras encostam os olhos às paredes da casa atravessam o silêncio
contornam o cansaço
quando desafiam as suas histórias.
Uma Penélope, uma Beatriz
a Ilha dos Amores que não existe
um Sebastião que come tudo
e outro que não regressa.
Há mulheres que de tanto esperarem jamais vivem.Eu
Queria mandar daqui um beijinho
Só para aqueles que nos fazem sorrir
Pra todos os que já não voltam mais
E todos os que ainda estão para virHá muito que eu te quero esconder, mas não consigo
E há tanto que eu te quero dizer, mas não te digo
Há muita coisa que não volta mais
E há tanta coisa que ainda está para vir
(Quer mandar beijinhos para alguém, minha querida?)Olarilólé, olarilólei (olarilólé)
Bailar assim sabe tão bem (bailar assim sabe tão bem)
Olarilólé, olarilólei (olarilólé)
Beijar-te assim sabe tão bem (beijar-te assim sabe tão bem)Ai esta vida é uma roda que nunca dá certo
Mas está a ficar lá perto
Quando tu rodas eu já não enxergo
Só consigo olhar para o tetoEsta vida
Já está a sorrir pra mim
Tenho uma filha linda
E o amor que eu sempre pedi‘Tou a partir-me todo pa virar um bom partido
‘Tou a subir salários, nem me juntei ao partido
Sinto os algoritmos a soprar a favor de mim
Se eu fizer o pedido eu acho que vai ser um sim
(Quer mandar beijinhos para alguém, minha querida?)Olarilólé, olarilólei (olarilólé)
Bailar assim sabe tão bem (bailar assim sabe tão bem)
Olarilólé, olarilólei (olarilólé)
Beijar-te assim sabe tão bem (beijar-te assim sabe tão bem)Depois de tanto que eu passei (depois de tanto que eu passei)
Bailar assim sabe tão bem (bailar assim sabe tão bem)
Depois de tanto que eu errei (depois de tanto que eu errei)
Beijar-te assim sabe tão bem
(Quer mandar beijinhos para alguém, minha querida?)Olarilólé, olarilólei (olarilólé)
Bailar assim sabe tão bem (bailar assim sabe tão bem)
Olarilólé, olarilólei (olarilólé)
Beijar-te assim sabe tão bem (beijar-te assim sabe tão bem)Olarilólé
Bailar assim sabe tão bem
OlarilóléSe eu bem pensar
Eu te abraçar
É a nossa forma favorita de falar
Quando eu voltar
Vamos bailar
Por essa noite fora até ao sol raiarFecho os olhos, vejo-te perto
Quero por tudo que isto dê certo
Vai-me contando do aí dentro
Oxalá digas que sentes o mesmoSei que o amanhã pode não ser
Pois vivamos agora o que tem de ser
E pensa-me esta noite
Sei que estou longe, mas conto os dias p’ra te verFecho os olhos, vejo sorrisos
Quero por tudo ter-te comigo
Guarda-me perto enquanto não chego
Oxalá digas que sentes o mesmoSei que o amanhã pode não ser
Pois vivamos agora o que tem de ser
E pensa-me esta noite
Sei que estou longe, mas conto os dias p’ra te verFecho os olhos, morro de medo
Já faz um tempo que te conheço
Vai acabar, mais tarde ou mais cedo
Vais-me trocar, não é um segredo
Mas então porque não vou embora já?
Saltar fora agora
Ai, se eu não fosse esperança dos pés à cabeça, ai
Vai que até dá certo, deixo a porta aberta
Oxalá dê certo e queiras ficarE quando o caminho é para a frente
E damos dois passos atrás
Marchamos contra a corrente
Onde a guerra já é paz
E assim de um momento para o outro
Perde-se o que se ganhou
O que se sonhou
Tudo desvanece
E quando o caminho é para a frente
E já não há estrada pra andar
Quando fui feita para ir
Mas devo regressar
E assim de um momento para o outro
Sonhar não é para mim
Saber não é para mim
Ser não é para mim
Somos um grão de areia
Numa estrada de alcatrão
Podem tapar-me a cabeça, os olhos e a boca
Tapo Deus, não Deus o que ele quiser
Grito mesmo que rouca
Que debaixo da roupa
Serei sempre uma Mulher.
E quando eu sozinha sou perigo
Mas quem tem medo sou eu
Quando a beleza é o inimigo
Mas quem a inventou foi Deus
Não, não me vais ver chorar
Vou lutar até ao fim
E se não for para mim
Seja para quem vier
Somos um grão de areia
Numa estrada de alcatrão
Podem tapar-me a cabeça, os olhos e a boca
Tapo Deus, não Deus o que ele quiser
Grito mesmo que rouca
Que debaixo da roupa
Serei sempre uma Mulher.
Grito mesmo que rouca
Que debaixo da roupa
Serei sempre uma Mulher.
Serei sempre uma Mulher.‘Tamos cá (oh)
Oh, mais
Partilha, filhaOuve-me, segue-me, vê o que eu faço
Quero-te aberto em todo o meu passo
Gosta-me, ama-me, toma o regaço
O que é meu é teu, emoji de abraçoVou ser honesto, entra na minha vida
Milhares de fãs, mas és a preferida
Artista tão querido
Ninguém duvida que a minha alma é santa e benzidaEu sou amigo, filho ou namorado
Em todo lado, sempre ao teu lado
O meu concerto é te dedicado
Compra o bilhete, ‘tá quase esgotadoChora por mim com todo o fervor
Com todo o amor que tiveres ao dispor
Deixa-me ser esse marcador
Não há ninguém mais merecedorTenho tanto, mas quando é tanto
Eu preciso de mais porque nunca é demais (mais)
Tenho tanto, mas quando é tanto
Eu preciso de mais porque nunca é demais (mais)Hey, mais
Hey, mais
Hey, maisNovo cabelo cortado e pintado
Estilo de vida é instagramado
Roupas que custam o teu ordenado
Se não for dado, peço emprestadoImagem de marca pelo preço certo
Apontem-me o target que eu miro e acerto
As contas não estão todas a descoberto
Mas não falta muito, já andam lá pertoA tua atenção é droga de eleição
Eu dependo dela, dá-me uma injeção
Diz que eu sou rei, diz que eu sou patrão
A minha autoestima quer manutençãoFala aos teus pais, redes sociais
T-shirts do merch estão mesmo brutais
Não me abandones, preciso de mais
Preciso de mais porque nunca é demaisTenho tanto, mas quando é tanto
Eu preciso de mais porque nunca é demais (mais)
Tenho tanto, mas quando é tanto
Eu preciso de mais porque nunca é demais (mais)Tenho tanto, tanto, tanto (oh)
Quero muito, muito mais (hey, hey)
Tenho tanto, tanto, tanto (sim, sim, sim, sim)
Quero muito, muito maisVamos
Hey, mais
Carlito (mais)
Hey, mais
Partilha, filhaOnde está o Wally dos livros que eu lia à tarde com o meu irmão?
(O meu irmão)
Onde estão os copos de vinho que o pai deixava provar mas a mãe não?
(A mãe não)
Onde está a rapariga que eu gostava mais que a vida?
Onde está a minha avó que me ensinou esta canção?E o verão que todos os anos fica mais pequeno
Prometo p’ro ano temos mais tempo
Agarro-te e saímos daquiQuando é que eu fiquei demasiado crescido?
Não ter tempo nem para cantar ao teu ouvido
P’ro ano até te fartas de mim
Prometo-te saímos daquiOnde está a bola que jogava na rua connosco até tarde?
(Até tarde)
Onde estão os rapazes de campo e as raparigas que vinham da cidade?
(Da cidade)
Onde está a rapariga, ainda é a mesma e é para a vida?
Onde fica o Alentejo que me ensinou esta canção?E o verão que todos os anos fica mais pequeno
Prometo p’ro ano temos mais tempo
Agarro-te e saímos daquiQuando é que eu fiquei demasiado crescido?
Não ter tempo nem para cantar ao teu ouvido
P’ro ano até te fartas de mim
Prometo-te saímos daqui
(Saímos daqui)E o verão que todos os anos fica mais pequeno
Prometo p’ro ano temos mais tempo
Agarro-te e saímos daquiQuando é que eu fiquei demasiado crescido?
Não ter tempo nem para cantar ao teu ouvido (ao teu ouvido)
P’ro ano até te fartas de mim
Prometo-te saímos daquiSei o que sinto
Eu quero estar contigo
Sei-te de cor tenho-te decoradinhoPor isso vou /vou
Chamar alguém /gang
Que nos faça companhia no nosso cantinhoEu faço tudo pra tu ficares contente
Só não estava era a contar com tanta gente
Vá lá amor, eu sei que tens estaleca
Eu trouxe uma amiga e o nome dela é RebecaAI AI AI
onde é que eles querem ir?
Gostam de multiplicar, mas nem sabem dividir
AI AI AI
meu deus onde é que isto vai
Um é pouco, dois é bom, mas três já é de maisAi, UI, Ai comigo não não não
Ai meu amor, lá vens tu com as brincadeiras
Mexes comigo e eu vou perder as estribeiras
Agora tenho que me reorganizar
Vim parar aqui ao meio e não sei para onde me virarÉ uma para a esquerda, outra para a direita
O corpo quer mas o coração não aceita
Vem meu amor experimentar só uma vez
E vais ver logo que três é a conta que Deus fez!AI AI AI
onde é que eles querem ir?
Gostam de multiplicar, mas nem sabem dividir
AI AI AI
meu deus onde é que isto vai
Um é pouco, dois é bom, mas três já é de maisAi, UI, Ai comigo não não não
A roleta nem andou à roda
mas é que ser excêntrico é moda
combustível é mais do que império
é calar quem está no ministérioé calar quem cumpre cada dia
é calar toda a democracia
é fazer de tudo um argumento
até nos toldar o pensamento422 milhões
do planeta fome eu sou
que país tão bom pra tubarões
do planeta fome eu sou
422 milhões
do planeta fome eu sou
somos accionistas sem açõesse não for a guerra e a pandemia
será porque alguém disse poesia
será por passar um barco à vela
será porque alguém veio à janelaA subida é prato do dia
Tanto imposto barriga vazia
e esta raiva que juntos calamos
faz crescer a mão dos soberanos- Roto corasón, roto corasónRoto corasón, roto corasónRoto corasón, roto corasónRoto corasón, roto corasónRoto corasón, roto corasónRoto corasón, roto corasónDin por aí que falaron de minToda esa xente xa me daba ijual Solo volvín pa’ poder verche a ti Últimamente todo sale malNon quedan letras para escribirDurmir xa non entra dentro do plan Penso no día no que volverán Todas aquelas janas que perdínE abandónome á suerteCando era o menos fuerte Cando quería vercheE fai tempoQue non bailo contento Estou cansado de silencioVai sendo hora de vernosE fai tempoQue non bailo contento Estou cansado de silensio Vai sendo hora de vernosRoto corasón, roto corasónRoto corasón, roto corasónRoto corasón, roto corasónRoto corasón, roto corasónRoto corasón, roto corasónRoto corasón, roto corasónRoto corasón, roto corasónRoto corasón, roto corasónE fai tempoQue non bailo contento Estou cansado de silensio Vai sendo hora de vernosE fai tempoQue non bailo contento Estou cansado de silensio Vai sendo hora de vernosE fai tempoQue non bailo contento Estou cansado de silensio Vai sendo hora de vernos
Hoxe espertei con ganas de escapar
Botarme a correr e non mirar atrás.
Largarme de aquí e non volver nunca máis.Pero o mundo está tan derruído
vaia a onde vaia.
Todo é igual de deprimente
vaia a onde vaia
Así que eu voume pra a taberna
ata que me caia.Entrei, sentei ao fondo da barra
Soaban os Clash e a xente toda bailaba
Risas e cheiro a marihuanaPero o mundo está tan derruído
vaia a onde vaia.
Todo é igual de deprimente
vaia a onde vaia
Así que eu voume pra a taberna
ata que me caia.Entre a xente ando pampo, escoitando a súa voz. Non penso noutra cousa dende que onte me falou. Faino dunha forma que eu non sei como explicar, e sempre vou onde ela me quer levar. E ojalá que alguén me pense como a ela a penso eu, contando o tempo que me queda para vela outra vez. Todo cunha forza que eu non sei como explicar, e sempre vou onde ela me quer levar. E penso que sempre vou onde ela me quer levar. E quero ir a un sitio que eu non sepa onde está. E penso que sempre vou onde ela me quer levar e póñome nervioso cando sei que vai chegar. Róeme, dóeme, sempre que me vén. Tou cansado de tar solo e faime todo ben. Xuntos nunca chove, e si chove, dáme igual. Eu sempre vou onde ela me quer levar. E penso que sempre vou onde ela me quer levar, empezo a rirme solo e non sei como falar. Sempre que sae o Sol, sempre me pasa igual, de noite nunca durmo e de día durmo mal. E penso que sempre vou onde ela me quer levar, e ponme tan contento, que me perdo e dáme igual. Sempre que sae o Sol, sempre me pasa igual. Con ela nunca durmo e sin ela durmo mal. E penso que sempre vou onde ela me quer levar. Se chove non me mollo, e se me mollo dáme igual. Eu penso que sempre vou onde ela me quer levar, e aunque nunca naide o entenda, eu son a festa e ela róeme, dóeme, quero que se escoite. Que agora eu son a festa, que agora estou con ela, e ela róeme, dóeme. A veces é tan forte. Quero que me axude a pasar as horas mortas máis forte. Hoxe, quero que me leve lonxe. Na casa chove e dáme igual, eu sempre vou onde ela me quer levar.
Seguindo un camiño escuro
guiados polos corazóns
a esperanza non a imos perder
neste novo amencer
dende chantada a pobra do brollón ,
dende Santo Estevo a Sober
Na ribeira sacra escoitábase un clamor que
non podía mos crer
(así que espértanos cando sepas
dinos si é certo ese rumor
precisamos saber dunha vez
si oliviaaaa newton jhon era de pantón)x2
buscamos probas para comprender
e o soño de moitos cumprir
ribeira sacra patrimonio da humanidade
así vaise conseguir
(así que espértanos cando sepas
dinos si é certo ese rumor
precisamos saber dunha vez
si oliviaaaa newton jhon era de pantónO hit daquel verán foi
Un tema de Bad Bunny
Nunca entenderei por que
Viaxamos a MiamiTiñamos gana de festa
Tiñamos gana de estira-las pernasO hotel vale máis
Que unha vida de traballo
Onde os policías van
En bermudas a diarioNa suite do Holiday Inn
Todas estabamos vivas
Déitate tranquila, sis’
Fai o morto na piscinaCando unha estrela se apaga
Na noite brilla toda DisneylandiaPréndese a luz
Simplemente dando palmas
Vibra o corazón máis cru
Na calor da madrugada(Por iso…)
(Non tiveches fillos)(Por iso…) Na praia
De San Francisco, en Louro sempre me sinto ben
(Por iso…) O móbil
Teño medo de que o rouben xusto cando me vou meter(Por iso…) Na praia
De San Francisco, en Louro sempre me sinto ben
(Por iso…) O móbil
Teño medo de que o rouben xusto cando me vou meterOs vellos das residencias
Na noite brillan como Julio IglesiasO hotel vale máis
Que unha vida de traballo
Temos que volver quedar
Non vivimos no pasadoO hotel vale máis
Que unha vida de traballo
Onde os policías van
En bermudas a diarioA saia da Carolina
Foi dalguem que a ofereceu
Que é por ela ser menina
Que é pra estar perto de Deus
Foi assim de pequenina
Que a quiseram ensinar
Que o seu lugar é na cozinha
E em casa a costurarE tem cuidado Carolina
Que o lagarto da ao rabo
Tu até te vês rainha
Queima-te o patriarcado
Tem cuidado Carolina
Quem tem sonhos tem pecados
Ser menina é tua sina
Ser mulher é teu legadoCuidado com a Carolina
Que vem de punho cerrado
A saia da Carolina ardeu no meio do mato
A história da Carolina é que ela agora veste fatoSou Maria Carolina, Deslandes pra vocês
Nasci do amor antigo do Kiko e da Inês
Tu querias julgar com riso toda a minha insensatez
É por ter crias comigo, e agora conto com três
A saia da Carolina nunca aqui teve um cabide
E eu ando bem calçada vai perguntar ao David
Debaixo do meu hoodie não gosto de dar nas vistas
Por isso cancela as minhas entrevistas
Tenho sardas espalhadas como grãos de areia
Pedem-me uma canção eu tenho uma mão cheia
Por isso avisa o lagarto que o esmago com o pé
Não há tempo pra rastejos em terra de jacaré
Não há tempo pra bocejos quando o dia me chama
Eu vivo de fé, há que viva de fama
A saia não é de ninguém
Carolina oioai Carolina o aí meu bemCuidado com a Carolina
Que vem de punho cerrado
A saia da Carolina ardeu no meio do mato
A história da Carolina é que ela agora veste fatoSim Carolina oioai sim Carolina oai meu bem (x4)
no lugariño d’ARDĒN
ai, miña terra fermosa
hai unha rosa espiñada
que aloumiña, que perforao lugariño d’ARDĒN
ai, miña terra querida
ten unha rosa na entrada
ten espiña na fuxidaAĪ VAN AS ARDENTES
POR ARDĒN ABAIXO
ESPIÑAS DE ROSA
E PĒTALOS BRANCOS
AĪ VAN AS ARDENTES
POR ARDĒN ARRIBA
RIN DAS SŪAS PENAS
CHORAN ALEGRĪASO LUGAR D’ARDĒN
Ē TERRA DE FOLĪA
AI, FOLĪA TAL
N’A VIN NA MIÑA VIDA
O LUGAR D’ARDĒN
HA SER TERRA SONADA
SENSUAL E DIVERSA
E DE XENTE HONRADAo lughariño d’ARDĒN
ē moi digno de querer
decote lle tiven lei
ai e xuro non lla perderPela minha biologia
Eu já devia ler o expresso
A julgar pelo calendário
O meu armário já devia
Ter as gravatas por cores
E os amores bem arrumados
Mas tenho a lua em sagitário
E o meu calvário é ser felizNunca fui de fazer planos
Nunca li o manual
Se me esqueci dos teus anos
Juro que não foi por malTenho a cabeça na lua
E o coração nos pés
Perco-me a ouvir as conversas
Nas esplanadas dos cafésEu sei,
Pela minha biologia
Eu já devia ler o expresso
A julgar pelo calendário
O meu armário já devia
Ter as gravatas por cores
E os amores bem arrumados
Mas tenho a lua em sagitário
E o meu calvário é ser felizGosto de pensar em nada
E por pensar em nada mais
Já pensei em como o tudo e o nada
Em tudo são iguaisPor agora, penso em nós
Como num barco preso ao cais
Se o futuro que me pedes
É o presente dos teus paisEu sei,
Pela minha biologia
Eu já devia ler o expresso
A julgar pelo calendário
O meu armário já devia
Ter as gravatas por cores
E os amores bem arrumados
Mas tenho a lua em sagitário
E o meu calvário é ser felizAi de min que a perdín
Quédame o mundo deserto
Din os soños i os paxaros
A morte non é certoRoupa da miña varanda
Roupiña da miña voda
Quen ta dusar miña roupa
Se hoxe a de loito m’abondaPerdín o aire
Maila gharghanta
Xunto a ribeira
Auga saladaO paxariño do prado
Ao velas flores se alegra
Eu se vise a túa cara
Botaba fóra a penaPerdín o aire
Maila gharghanta
Xunto a ribeira
Auga saladaPerdín o aire
Maila gharghanta
Xunto a ribeira
Auga saladaAquí está o meu corazón
Se o queres matar ben podes
Xa non leva nada dentro
Se o matas xa nada morrePerdín o aire
Maila gharghanta
Xunto a ribeira
Auga saladaNa noite o sol’e
Día a sombra
Heite pensare
A vida todaNa noite o sol’e
Día a sombra
Heite pensare
A vida todaFoi na escola que aprendi
Sobre plantas e animais
Dividi, multipliquei
Com três casas decimaisHoje sei quais são as rochas
Que se formam nos vulcões
Fiz ditados, li poemas
Pontuei as oraçõesE de todas essas coisas
Que na escola eu aprendi
Nem um apontamento houve
Para me preparar para tiSe algo existe nesta vida
Que algum saber requer
É a ciência de entender
Como pensa uma mulherSe algo existe nesta vida
Que algum saber requer
É a ciência de entender
Como pensa uma mulherAprendi a picotar
Fiz centenas de postais
Sei os sólidos e as formas
Bissetrizes, diagonaisDecorei as dinastias
E o nome de cada rei
Ainda lembro as capitais
Dos países que aponteiE de todas essas coisas
Que na escola eu aprendi
Nem um apontamento houve
Para me preparar para tiSe algo existe nesta vida
Que algum saber requer
É a ciência de entender
Como pensa uma mulherSe algo existe nesta vida
Que algum saber requer
É a ciência de entender
Como pensa uma mulherDe mochila presa às costas
Com dez quilos, talvez mais
Tantas vezes fui à escola
Aprender coisas banaisSe algo existe nesta vida
Que algum saber requer
É a ciência de entender
Como pensa uma mulherSe algo existe nesta vida
Que algum saber requer
É a ciência de entender
Como pensa uma mulherTanto aprendi
Tanto aprendi
Nada sobre ti
Nada sobre ti
Tanto aprendi (se algo existe nesta vida)
Tanto aprendi (que algum saber requer)
Nada sobre ti (É a ciência, é a ciência)
Nada sobre ti (É a ciência da mulher)
Tanto aprendi
Tanto aprendi
Nada sobre ti
Nada sobre tiVeño de bailar morena
veño de bailarVeño de subir ao alto
que no alto vexo ben
quero ver aos meus amores
se se falan con alguénPara bailar veño eu
para cantar miña irmá
para tocar o pandeiro
viva quen o ten na manVeño de bailar morena
veño de bailarHoxe vai haber serán
hoxe vémonos na festa
a ver como saio desta
véndote mover no bailePara bailar veño eu
para cantar miña irmá
para tocar o pandeiro
viva quen o ten na manVeño de bailar morena
veño de bailar