Edición 2024

Nesta edición, as vencedoras do Premio á Mellor Música do Ano na Galiza, De Ninghures; os vencedores do Premio á MellorMúsica do Ano en Portugal, Os Quatro e Meia; a vencedora do Premio á Mellor Poesía do Ano na Galiza, Silvia Penas; e avencedora do Premio á Mellor Poesía do Ano en Portugal, Sílvia Mota Lopes; e os representantes da Sociedade Cultural eDesportiva do Condado, distinguidas nesta ocasión co Premio Especial do Xurado á Embaixada da Amizade GalegoLusófona.


  • SENTEI sobre a memoria con coidado
    para que non rompese
    coma se algo fose cortar a transmisión
    de carne entre nós os dous.
    Co meu peso abrín un oco
    por exceso de preguntas:
    onde estabas a existir antes de min?
    Como era a túa transparencia?
    Sentín a esfera do mundo
    perder a súa casca no meu intestino
    gabearon polos meus nervios de trapo
    algunhas ratas, esquíos, furóns
    chegaron ao núcleo mesmo do tempo
    e unha tensión de arpa cravou
    a miña silueta naquel edén terrible
    xunto á raíz da araucaria.
    Apareceu a túa voz
    antes do diluvio
    aínda antes
    de que ouvease o bosque
    en todos os desmaios desas mortas
    por parir
    e a súa suavidade fería os meus latexos.
    Toda a miña brusquidade contra a túa fráxil textura
    de cadrelo
    e aquel cheiro teu salvaxe de animal que treme
    e sabe ser feroz
    se hai montaña ou se hai lúa
    ou se as deusas precipitan os designios.
    Sabes volverme insomne
    deixar pegadas en cada precipicio ao que me inclino.
    Vou volver aprenderlle o teu nome aos meus soños
    dubidan entre chamarte
    ou perderte no templo vasto da memoria.

    Estou sentada xusto alí
    ardendo
    alí temendo o teu regreso
    e a vinganza toda.
    Apaguei as túas formas de respirar cada vez que se
    alumaban
    escondín os teus restos baixo o cairo superior
    —eu quería algo punzante para a túa custodia ninguén
    te buscaría entre tanta saliva e tanta noite—.
    Agora o meu padal é un berce que arrola
    o esquecemento
    polos séculos.

    Atravésote acotío con aire quente e con palabras
    é curioso que de ti apenas medre este silencio.

  • Há mulheres que trazem os livros nos olhos
    passam rímel de palavras pelas pestanas
    outras trazem o mar no ventre
    quando salgam os poemas.
    Umas velam a lua sobre o peito
    enquanto um rio percorre o seu fluxo
    e nas torrentes do inverno
    acendem nas mãos o seu lume.
    Outras encostam os olhos às paredes da casa atravessam o silêncio
    contornam o cansaço
    quando desafiam as suas histórias.
    Uma Penélope, uma Beatriz
    a Ilha dos Amores que não existe
    um Sebastião que come tudo
    e outro que não regressa.
    Há mulheres que de tanto esperarem jamais vivem.

  • Finalista 2024, Portugal

    Eu
    Queria mandar daqui um beijinho
    Só para aqueles que nos fazem sorrir
    Pra todos os que já não voltam mais
    E todos os que ainda estão para vir

    Há muito que eu te quero esconder, mas não consigo
    E há tanto que eu te quero dizer, mas não te digo
    Há muita coisa que não volta mais
    E há tanta coisa que ainda está para vir
    (Quer mandar beijinhos para alguém, minha querida?)

    Olarilólé, olarilólei (olarilólé)
    Bailar assim sabe tão bem (bailar assim sabe tão bem)
    Olarilólé, olarilólei (olarilólé)
    Beijar-te assim sabe tão bem (beijar-te assim sabe tão bem)

    Ai esta vida é uma roda que nunca dá certo
    Mas está a ficar lá perto
    Quando tu rodas eu já não enxergo
    Só consigo olhar para o teto

    Esta vida
    Já está a sorrir pra mim
    Tenho uma filha linda
    E o amor que eu sempre pedi

    ‘Tou a partir-me todo pa virar um bom partido
    ‘Tou a subir salários, nem me juntei ao partido
    Sinto os algoritmos a soprar a favor de mim
    Se eu fizer o pedido eu acho que vai ser um sim
    (Quer mandar beijinhos para alguém, minha querida?)

    Olarilólé, olarilólei (olarilólé)
    Bailar assim sabe tão bem (bailar assim sabe tão bem)
    Olarilólé, olarilólei (olarilólé)
    Beijar-te assim sabe tão bem (beijar-te assim sabe tão bem)

    Depois de tanto que eu passei (depois de tanto que eu passei)
    Bailar assim sabe tão bem (bailar assim sabe tão bem)
    Depois de tanto que eu errei (depois de tanto que eu errei)
    Beijar-te assim sabe tão bem
    (Quer mandar beijinhos para alguém, minha querida?)

    Olarilólé, olarilólei (olarilólé)
    Bailar assim sabe tão bem (bailar assim sabe tão bem)
    Olarilólé, olarilólei (olarilólé)
    Beijar-te assim sabe tão bem (beijar-te assim sabe tão bem)

    Olarilólé
    Bailar assim sabe tão bem
    Olarilólé

    Se eu bem pensar
    Eu te abraçar
    É a nossa forma favorita de falar
    Quando eu voltar
    Vamos bailar
    Por essa noite fora até ao sol raiar

  • Finalista 2024, Portugal
    Finalista 2024, Portugal

    Fecho os olhos, vejo-te perto
    Quero por tudo que isto dê certo
    Vai-me contando do aí dentro
    Oxalá digas que sentes o mesmo

    Sei que o amanhã pode não ser
    Pois vivamos agora o que tem de ser
    E pensa-me esta noite
    Sei que estou longe, mas conto os dias p’ra te ver

    Fecho os olhos, vejo sorrisos
    Quero por tudo ter-te comigo
    Guarda-me perto enquanto não chego
    Oxalá digas que sentes o mesmo

    Sei que o amanhã pode não ser
    Pois vivamos agora o que tem de ser
    E pensa-me esta noite
    Sei que estou longe, mas conto os dias p’ra te ver

    Fecho os olhos, morro de medo
    Já faz um tempo que te conheço
    Vai acabar, mais tarde ou mais cedo
    Vais-me trocar, não é um segredo
    Mas então porque não vou embora já?
    Saltar fora agora
    Ai, se eu não fosse esperança dos pés à cabeça, ai
    Vai que até dá certo, deixo a porta aberta
    Oxalá dê certo e queiras ficar

  • Finalista 2024, Portugal

    E quando o caminho é para a frente
    E damos dois passos atrás
    Marchamos contra a corrente
    Onde a guerra já é paz
    E assim de um momento para o outro
    Perde-se o que se ganhou
    O que se sonhou
    Tudo desvanece
    E quando o caminho é para a frente
    E já não há estrada pra andar
    Quando fui feita para ir
    Mas devo regressar
    E assim de um momento para o outro
    Sonhar não é para mim
    Saber não é para mim
    Ser não é para mim
    Somos um grão de areia
    Numa estrada de alcatrão
    Podem tapar-me a cabeça, os olhos e a boca
    Tapo Deus, não Deus o que ele quiser
    Grito mesmo que rouca
    Que debaixo da roupa
    Serei sempre uma Mulher.
    E quando eu sozinha sou perigo
    Mas quem tem medo sou eu
    Quando a beleza é o inimigo
    Mas quem a inventou foi Deus
    Não, não me vais ver chorar
    Vou lutar até ao fim
    E se não for para mim
    Seja para quem vier
    Somos um grão de areia
    Numa estrada de alcatrão
    Podem tapar-me a cabeça, os olhos e a boca
    Tapo Deus, não Deus o que ele quiser
    Grito mesmo que rouca
    Que debaixo da roupa
    Serei sempre uma Mulher.
    Grito mesmo que rouca
    Que debaixo da roupa
    Serei sempre uma Mulher.
    Serei sempre uma Mulher.

  • Finalista 2024, Portugal

    ‘Tamos cá (oh)
    Oh, mais
    Partilha, filha

    Ouve-me, segue-me, vê o que eu faço
    Quero-te aberto em todo o meu passo
    Gosta-me, ama-me, toma o regaço
    O que é meu é teu, emoji de abraço

    Vou ser honesto, entra na minha vida
    Milhares de fãs, mas és a preferida
    Artista tão querido
    Ninguém duvida que a minha alma é santa e benzida

    Eu sou amigo, filho ou namorado
    Em todo lado, sempre ao teu lado
    O meu concerto é te dedicado
    Compra o bilhete, ‘tá quase esgotado

    Chora por mim com todo o fervor
    Com todo o amor que tiveres ao dispor
    Deixa-me ser esse marcador
    Não há ninguém mais merecedor

    Tenho tanto, mas quando é tanto
    Eu preciso de mais porque nunca é demais (mais)
    Tenho tanto, mas quando é tanto
    Eu preciso de mais porque nunca é demais (mais)

    Hey, mais
    Hey, mais
    Hey, mais

    Novo cabelo cortado e pintado
    Estilo de vida é instagramado
    Roupas que custam o teu ordenado
    Se não for dado, peço emprestado

    Imagem de marca pelo preço certo
    Apontem-me o target que eu miro e acerto
    As contas não estão todas a descoberto
    Mas não falta muito, já andam lá perto

    A tua atenção é droga de eleição
    Eu dependo dela, dá-me uma injeção
    Diz que eu sou rei, diz que eu sou patrão
    A minha autoestima quer manutenção

    Fala aos teus pais, redes sociais
    T-shirts do merch estão mesmo brutais
    Não me abandones, preciso de mais
    Preciso de mais porque nunca é demais

    Tenho tanto, mas quando é tanto
    Eu preciso de mais porque nunca é demais (mais)
    Tenho tanto, mas quando é tanto
    Eu preciso de mais porque nunca é demais (mais)

    Tenho tanto, tanto, tanto (oh)
    Quero muito, muito mais (hey, hey)
    Tenho tanto, tanto, tanto (sim, sim, sim, sim)
    Quero muito, muito mais

    Vamos
    Hey, mais
    Carlito (mais)
    Hey, mais
    Partilha, filha

  • Finalista 2024, Portugal

    Onde está o Wally dos livros que eu lia à tarde com o meu irmão?
    (O meu irmão)
    Onde estão os copos de vinho que o pai deixava provar mas a mãe não?
    (A mãe não)
    Onde está a rapariga que eu gostava mais que a vida?
    Onde está a minha avó que me ensinou esta canção?

    E o verão que todos os anos fica mais pequeno
    Prometo p’ro ano temos mais tempo
    Agarro-te e saímos daqui

    Quando é que eu fiquei demasiado crescido?
    Não ter tempo nem para cantar ao teu ouvido
    P’ro ano até te fartas de mim
    Prometo-te saímos daqui

    Onde está a bola que jogava na rua connosco até tarde?
    (Até tarde)
    Onde estão os rapazes de campo e as raparigas que vinham da cidade?
    (Da cidade)
    Onde está a rapariga, ainda é a mesma e é para a vida?
    Onde fica o Alentejo que me ensinou esta canção?

    E o verão que todos os anos fica mais pequeno
    Prometo p’ro ano temos mais tempo
    Agarro-te e saímos daqui

    Quando é que eu fiquei demasiado crescido?
    Não ter tempo nem para cantar ao teu ouvido
    P’ro ano até te fartas de mim
    Prometo-te saímos daqui
    (Saímos daqui)

    E o verão que todos os anos fica mais pequeno
    Prometo p’ro ano temos mais tempo
    Agarro-te e saímos daqui

    Quando é que eu fiquei demasiado crescido?
    Não ter tempo nem para cantar ao teu ouvido (ao teu ouvido)
    P’ro ano até te fartas de mim
    Prometo-te saímos daqui

  • Finalista 2024, Portugal

    Sei o que sinto
    Eu quero estar contigo
    Sei-te de cor tenho-te decoradinho

    Por isso vou /vou
    Chamar alguém /gang
    Que nos faça companhia no nosso cantinho

    Eu faço tudo pra tu ficares contente
    Só não estava era a contar com tanta gente
    Vá lá amor, eu sei que tens estaleca
    Eu trouxe uma amiga e o nome dela é Rebeca

    AI AI AI
    onde é que eles querem ir?
    Gostam de multiplicar, mas nem sabem dividir
    AI AI AI
    meu deus onde é que isto vai
    Um é pouco, dois é bom, mas três já é de mais

    Ai, UI, Ai comigo não não não

    Ai meu amor, lá vens tu com as brincadeiras
    Mexes comigo e eu vou perder as estribeiras
    Agora tenho que me reorganizar
    Vim parar aqui ao meio e não sei para onde me virar

    É uma para a esquerda, outra para a direita
    O corpo quer mas o coração não aceita
    Vem meu amor experimentar só uma vez
    E vais ver logo que três é a conta que Deus fez!

    AI AI AI
    onde é que eles querem ir?
    Gostam de multiplicar, mas nem sabem dividir
    AI AI AI
    meu deus onde é que isto vai
    Um é pouco, dois é bom, mas três já é de mais

    Ai, UI, Ai comigo não não não

  • Finalista 2024, Portugal

    A roleta nem andou à roda
    mas é que ser excêntrico é moda
    combustível é mais do que império
    é calar quem está no ministério

    é calar quem cumpre cada dia
    é calar toda a democracia
    é fazer de tudo um argumento
    até nos toldar o pensamento

    422 milhões
    do planeta fome eu sou
    que país tão bom pra tubarões
    do planeta fome eu sou
    422 milhões
    do planeta fome eu sou
    somos accionistas sem ações

    se não for a guerra e a pandemia
    será porque alguém disse poesia
    será por passar um barco à vela
    será porque alguém veio à janela

    A subida é prato do dia
    Tanto imposto barriga vazia
    e esta raiva que juntos calamos
    faz crescer a mão dos soberanos

  • Finalista 2024, Galiza
    Roto corasón, roto corasónRoto corasón, roto corasón
    Roto corasón, roto corasónRoto corasón, roto corasón
    Roto corasón, roto corasónRoto corasón, roto corasón
    Din por aí que falaron de minToda esa xente xa me daba ijualSolo volvín pa’ poder verche a tiÚltimamente todo sale mal
    Non quedan letras para escribirDurmir xa non entra dentro do planPenso no día no que volveránTodas aquelas janas que perdín
    E abandónome á suerteCando era o menos fuerteCando quería verche
    E fai tempoQue non bailo contentoEstou cansado de silencio
    Vai sendo hora de vernos
    E fai tempoQue non bailo contentoEstou cansado de silensioVai sendo hora de vernos
    Roto corasón, roto corasónRoto corasón, roto corasón
    Roto corasón, roto corasónRoto corasón, roto corasón
    Roto corasón, roto corasónRoto corasón, roto corasón
    Roto corasón, roto corasónRoto corasón, roto corasón
    E fai tempoQue non bailo contentoEstou cansado de silensioVai sendo hora de vernos
    E fai tempoQue non bailo contentoEstou cansado de silensioVai sendo hora de vernos
    E fai tempoQue non bailo contentoEstou cansado de silensioVai sendo hora de vernos
  • Finalista 2024, Galiza

    Hoxe espertei con ganas de escapar
    Botarme a correr e non mirar atrás.
    Largarme de aquí e non volver nunca máis.

    Pero o mundo está tan derruído
    vaia a onde vaia.
    Todo é igual de deprimente
    vaia a onde vaia
    Así que eu voume pra a taberna
    ata que me caia.

    Entrei, sentei ao fondo da barra
    Soaban os Clash e a xente toda bailaba
    Risas e cheiro a marihuana

    Pero o mundo está tan derruído
    vaia a onde vaia.
    Todo é igual de deprimente
    vaia a onde vaia
    Así que eu voume pra a taberna
    ata que me caia.

  • Finalista 2024, Galiza

    Entre a xente ando pampo, escoitando a súa voz. Non penso noutra cousa dende que onte me falou. Faino dunha forma que eu non sei como explicar, e sempre vou onde ela me quer levar. E ojalá que alguén me pense como a ela a penso eu, contando o tempo que me queda para vela outra vez. Todo cunha forza que eu non sei como explicar, e sempre vou onde ela me quer levar. E penso que sempre vou onde ela me quer levar. E quero ir a un sitio que eu non sepa onde está. E penso que sempre vou onde ela me quer levar e póñome nervioso cando sei que vai chegar. Róeme, dóeme, sempre que me vén. Tou cansado de tar solo e faime todo ben. Xuntos nunca chove, e si chove, dáme igual. Eu sempre vou onde ela me quer levar. E penso que sempre vou onde ela me quer levar, empezo a rirme solo e non sei como falar. Sempre que sae o Sol, sempre me pasa igual, de noite nunca durmo e de día durmo mal. E penso que sempre vou onde ela me quer levar, e ponme tan contento, que me perdo e dáme igual. Sempre que sae o Sol, sempre me pasa igual. Con ela nunca durmo e sin ela durmo mal. E penso que sempre vou onde ela me quer levar. Se chove non me mollo, e se me mollo dáme igual. Eu penso que sempre vou onde ela me quer levar, e aunque nunca naide o entenda, eu son a festa e ela róeme, dóeme, quero que se escoite. Que agora eu son a festa, que agora estou con ela, e ela róeme, dóeme. A veces é tan forte. Quero que me axude a pasar as horas mortas máis forte. Hoxe, quero que me leve lonxe. Na casa chove e dáme igual, eu sempre vou onde ela me quer levar.

  • Finalista 2024, Galiza

    Seguindo un camiño escuro
    guiados polos corazóns
    a esperanza non a imos perder
    neste novo amencer
    dende chantada a pobra do brollón ,
    dende Santo Estevo a Sober
    Na ribeira sacra escoitábase un clamor que
    non podía mos crer
    (así que espértanos cando sepas
    dinos si é certo ese rumor
    precisamos saber dunha vez
    si oliviaaaa newton jhon era de pantón)x2
    buscamos probas para comprender
    e o soño de moitos cumprir
    ribeira sacra patrimonio da humanidade
    así vaise conseguir
    (así que espértanos cando sepas
    dinos si é certo ese rumor
    precisamos saber dunha vez
    si oliviaaaa newton jhon era de pantón

  • Finalista 2024, Galiza
  • Finalista 2024, Galiza

    O hit daquel verán foi
    Un tema de Bad Bunny
    Nunca entenderei por que
    Viaxamos a Miami

    Tiñamos gana de festa
    Tiñamos gana de estira-las pernas

    O hotel vale máis
    Que unha vida de traballo
    Onde os policías van
    En bermudas a diario

    Na suite do Holiday Inn
    Todas estabamos vivas
    Déitate tranquila, sis’
    Fai o morto na piscina

    Cando unha estrela se apaga
    Na noite brilla toda Disneylandia

    Préndese a luz
    Simplemente dando palmas
    Vibra o corazón máis cru
    Na calor da madrugada

    (Por iso…)
    (Non tiveches fillos)

    (Por iso…) Na praia
    De San Francisco, en Louro sempre me sinto ben
    (Por iso…) O móbil
    Teño medo de que o rouben xusto cando me vou meter

    (Por iso…) Na praia
    De San Francisco, en Louro sempre me sinto ben
    (Por iso…) O móbil
    Teño medo de que o rouben xusto cando me vou meter

    Os vellos das residencias
    Na noite brillan como Julio Iglesias

    O hotel vale máis
    Que unha vida de traballo
    Temos que volver quedar
    Non vivimos no pasado

    O hotel vale máis
    Que unha vida de traballo
    Onde os policías van
    En bermudas a diario

  • Finalista 2024, Galiza
  • Finalista 2024, 3º Posto Portugal

    A saia da Carolina
    Foi dalguem que a ofereceu
    Que é por ela ser menina
    Que é pra estar perto de Deus
    Foi assim de pequenina
    Que a quiseram ensinar
    Que o seu lugar é na cozinha
    E em casa a costurar

    E tem cuidado Carolina
    Que o lagarto da ao rabo
    Tu até te vês rainha
    Queima-te o patriarcado
    Tem cuidado Carolina
    Quem tem sonhos tem pecados
    Ser menina é tua sina
    Ser mulher é teu legado

    Cuidado com a Carolina
    Que vem de punho cerrado
    A saia da Carolina ardeu no meio do mato
    A história da Carolina é que ela agora veste fato

    Sou Maria Carolina, Deslandes pra vocês
    Nasci do amor antigo do Kiko e da Inês
    Tu querias julgar com riso toda a minha insensatez
    É por ter crias comigo, e agora conto com três
    A saia da Carolina nunca aqui teve um cabide
    E eu ando bem calçada vai perguntar ao David
    Debaixo do meu hoodie não gosto de dar nas vistas
    Por isso cancela as minhas entrevistas
    Tenho sardas espalhadas como grãos de areia
    Pedem-me uma canção eu tenho uma mão cheia
    Por isso avisa o lagarto que o esmago com o pé
    Não há tempo pra rastejos em terra de jacaré
    Não há tempo pra bocejos quando o dia me chama
    Eu vivo de fé, há que viva de fama
    A saia não é de ninguém
    Carolina oioai Carolina o aí meu bem

    Cuidado com a Carolina
    Que vem de punho cerrado
    A saia da Carolina ardeu no meio do mato
    A história da Carolina é que ela agora veste fato

    Sim Carolina oioai sim Carolina oai meu bem (x4)

  • Finalista 2024, 3º Posto Galiza
    Finalista 2024, 3º Posto Galiza

    no lugariño d’ARDĒN
    ai, miña terra fermosa
    hai unha rosa espiñada
    que aloumiña, que perfora

    o lugariño d’ARDĒN
    ai, miña terra querida
    ten unha rosa na entrada
    ten espiña na fuxida

    AĪ VAN AS ARDENTES
    POR ARDĒN ABAIXO
    ESPIÑAS DE ROSA
    E PĒTALOS BRANCOS
    AĪ VAN AS ARDENTES
    POR ARDĒN ARRIBA
    RIN DAS SŪAS PENAS
    CHORAN ALEGRĪAS

    O LUGAR D’ARDĒN
    Ē TERRA DE FOLĪA
    AI, FOLĪA TAL
    N’A VIN NA MIÑA VIDA
    O LUGAR D’ARDĒN
    HA SER TERRA SONADA
    SENSUAL E DIVERSA
    E DE XENTE HONRADA

    o lughariño d’ARDĒN
    ē moi digno de querer
    decote lle tiven lei
    ai e xuro non lla perder

  • Finalista 2024, 2º Posto Portugal

    Pela minha biologia
    Eu já devia ler o expresso
    A julgar pelo calendário
    O meu armário já devia
    Ter as gravatas por cores
    E os amores bem arrumados
    Mas tenho a lua em sagitário
    E o meu calvário é ser feliz

    Nunca fui de fazer planos
    Nunca li o manual
    Se me esqueci dos teus anos
    Juro que não foi por mal

    Tenho a cabeça na lua
    E o coração nos pés
    Perco-me a ouvir as conversas
    Nas esplanadas dos cafés

    Eu sei,
    Pela minha biologia
    Eu já devia ler o expresso
    A julgar pelo calendário
    O meu armário já devia
    Ter as gravatas por cores
    E os amores bem arrumados
    Mas tenho a lua em sagitário
    E o meu calvário é ser feliz

    Gosto de pensar em nada
    E por pensar em nada mais
    Já pensei em como o tudo e o nada
    Em tudo são iguais

    Por agora, penso em nós
    Como num barco preso ao cais
    Se o futuro que me pedes
    É o presente dos teus pais

    Eu sei,
    Pela minha biologia
    Eu já devia ler o expresso
    A julgar pelo calendário
    O meu armário já devia
    Ter as gravatas por cores
    E os amores bem arrumados
    Mas tenho a lua em sagitário
    E o meu calvário é ser feliz

  • Finalista 2024, 2º Posto Galiza

    Ai de min que a perdín
    Quédame o mundo deserto
    Din os soños i os paxaros
    A morte non é certo

    Roupa da miña varanda
    Roupiña da miña voda
    Quen ta dusar miña roupa
    Se hoxe a de loito m’abonda

    Perdín o aire
    Maila gharghanta
    Xunto a ribeira
    Auga salada

    O paxariño do prado
    Ao velas flores se alegra
    Eu se vise a túa cara
    Botaba fóra a pena

    Perdín o aire
    Maila gharghanta
    Xunto a ribeira
    Auga salada

    Perdín o aire
    Maila gharghanta
    Xunto a ribeira
    Auga salada

    Aquí está o meu corazón
    Se o queres matar ben podes
    Xa non leva nada dentro
    Se o matas xa nada morre

    Perdín o aire
    Maila gharghanta
    Xunto a ribeira
    Auga salada

    Na noite o sol’e
    Día a sombra
    Heite pensare
    A vida toda

    Na noite o sol’e
    Día a sombra
    Heite pensare
    A vida toda

  • Finalista 2024, 1º posto Portugal

    Foi na escola que aprendi
    Sobre plantas e animais
    Dividi, multipliquei
    Com três casas decimais

    Hoje sei quais são as rochas
    Que se formam nos vulcões
    Fiz ditados, li poemas
    Pontuei as orações

    E de todas essas coisas
    Que na escola eu aprendi
    Nem um apontamento houve
    Para me preparar para ti

    Se algo existe nesta vida
    Que algum saber requer
    É a ciência de entender
    Como pensa uma mulher

    Se algo existe nesta vida
    Que algum saber requer
    É a ciência de entender
    Como pensa uma mulher

    Aprendi a picotar
    Fiz centenas de postais
    Sei os sólidos e as formas
    Bissetrizes, diagonais

    Decorei as dinastias
    E o nome de cada rei
    Ainda lembro as capitais
    Dos países que apontei

    E de todas essas coisas
    Que na escola eu aprendi
    Nem um apontamento houve
    Para me preparar para ti

    Se algo existe nesta vida
    Que algum saber requer
    É a ciência de entender
    Como pensa uma mulher

    Se algo existe nesta vida
    Que algum saber requer
    É a ciência de entender
    Como pensa uma mulher

    De mochila presa às costas
    Com dez quilos, talvez mais
    Tantas vezes fui à escola
    Aprender coisas banais

    Se algo existe nesta vida
    Que algum saber requer
    É a ciência de entender
    Como pensa uma mulher

    Se algo existe nesta vida
    Que algum saber requer
    É a ciência de entender
    Como pensa uma mulher

    Tanto aprendi
    Tanto aprendi
    Nada sobre ti
    Nada sobre ti
    Tanto aprendi (se algo existe nesta vida)
    Tanto aprendi (que algum saber requer)
    Nada sobre ti (É a ciência, é a ciência)
    Nada sobre ti (É a ciência da mulher)
    Tanto aprendi
    Tanto aprendi
    Nada sobre ti
    Nada sobre ti

  • Finalista 2024, 1º posto Galiza
    Finalista 2024, 1º posto Galiza

    Veño de bailar morena
    veño de bailar

    Veño de subir ao alto
    que no alto vexo ben
    quero ver aos meus amores
    se se falan con alguén

    Para bailar veño eu
    para cantar miña irmá
    para tocar o pandeiro
    viva quen o ten na man

    Veño de bailar morena
    veño de bailar

    Hoxe vai haber serán
    hoxe vémonos na festa
    a ver como saio desta
    véndote mover no baile

    Para bailar veño eu
    para cantar miña irmá
    para tocar o pandeiro
    viva quen o ten na man

    Veño de bailar morena
    veño de bailar