Edición 2016
Nesta edición, os mellores temas musicais publicados en Galiza e en Portugal en 2015 son, respectivamente, “Cantiga da montaña“, de Xabier Díaz & Adufeiras de Salitre, e “Medusa“, de Capicu .En poesía venceron a galega María do Cebreiro, polo poema “O corazón”, e o portugués José Ricardo Nunes, por “Não sei, minha filha...”.
Não sei, minha filha, que mundo será o teu.
Mundo, como sabes, é apenas uma palavra
e nessa precária condição pode ter o significado
que lhe quiseres dar. Porém, se lhe quiseres dar
um significado verdadeiro, mundo é muito mais
que mundo, pode mesmo ser a realidade que devia ser
em vez de ser, como já sabes, apenas uma palavra
que até um poeta de primeira grandeza jamais sabe
o que será depois de ser escrita num caderno e por alguém pronunciada. Para mim, é uma palavra de significado bastante reduzido. Gostaria que o seu significado
não coubesse apenas numa palavra e fosse um composto
de coisas de verdade, terras e prédios e gente
de verdade a caminhar pelas ruas. Que a injustiça
que sinto e não quero ver propagada é o significado
ausente dessa palavra grande, onde cabem os países
todos e que associamos a tudo o que nos rodeia,
associa desde logo a ti, que és o mundo. O mundo,
um mundo, mundo apenas, prescindo de aludir às variáveis que a língua compreende e nos desorientam ainda mais. Basta que não a ligue a nada de palpável para perder significado. Posso escrevê-la, proferi-la e nada ter
depois a que relacioná-la, apenas ao eco
quando a traz de volta ou à leitura, por exemplo,
de um poema tão sentido quanto aquele
que Jorge de Sena dirigiu aos filhos. O teu mundo
não sei como será, Beatriz. Mas seja o que for,
com terras e prédios e gente a caminhar pelas ruas,
só espero que seja um mundo de verdade mesmo. Só peço que a palavra mundo não se torne num lugar vazio
no dicionário, sem nada ter por referência,
como sucede com o meu, não sei porquê.
Igual, de resto, ao que sucede com outras palavras,
desde logo com a palavra amor, que também não sei se serve ao que sinto, como já te disse, e não contém todo o amor
que sinto por ti, tão basto quanto um mundo de verdade.
Só peço que o teu não se desfaça assim. Que o mundo
dá um imenso trabalho e refazer se for coisa de verdade
e não apenas uma palavra bem escolhida, dessas que demoram
a escolher mas alguém decide pôr dentro de um poema, apesar de ser uma palavra grande demais e ter pouco significado para mim. “O mesmo mundo que criemos
nos cumpre tê-lo cuidado, como coisa que não é
nossa, que nos é cedida para a guardarmos respeitosamen- te.”O teu não sei o que será. Só peço que tenha ainda melhor significado do que aquele que hoje imaginas de verdade merecer. Mundo, como sabes, é apenas uma palavra
e nessa precária condição pode ter o significado
que lhe quiseres dar.Ninguén nos dará a man no derradeiro alento.
Quizais a morte sexa unha experiencia nobre.
Quizais sexa tan cega como o amor,
e o sentido da vida sería un significante baleiro, igual que o orgasmo.Poderán agarrarnos da man ou bicarnos na fronte,
pero no derradeiro instante (se é realmente o instante derradeiro) estaremos nós sós.E nada é suficiente contra a morte.
Morren os asasinos e os caníbales,
os que souberon ler as vísceras das aves,
os que ataron no mastro
a pálida Ifixenia porque séculos antes,
na súa condición de notables
da república, autorizaran tamén sacrificios humanos.A vida non ten sentido.
A vida é o sentido.
E o corazón, tan fráxil, unha ave de paso:
sobrarían os dedos dunha man para poder contalo.Un can de caza tan ben adestrado
que até que estoupa non deixa de bater. Ás veces o corazón nace cun sopro: o vento infíltrase nel e non o solta, e noutras ocasións rube pola montaña que fai irregular a paisaxe da vida,
e móvese por ela como un tren descarriado polos Andes.E tendo estas imaxes na memoria dicimos, pobremente, que alguén rompeu o noso corazón.
Como se fose un óso e non un músculo.
Pero as cuncas non son de cristal nin de louza.O aire é o verdadeiro escultor da sede.
E o corazón, a máquina de guerra que escolle a quen lle dar a súa metralla.
A quen entrega as armas o corazón
respóndelle: “Non perderás a vida porque non a tes”.O amor é unha operación a corazón aberto. Quen pode asegurar,
cando nos abran, se ficaremos salvos ou se iremos morrer?O deserto.
– em resposta ao poema “fui a Lisboa esquecer um amor” –
para o João Meireles
tu não estás aqui
e tenho beijado todas as garrafas
num bar escondido de Bruges
sem querer dou por mim
a perder terreno na tua vidaeu que sempre te esperei às 17
na janela desalumiada do metro
entre olaias e chelas
tu não estás aqui
e é tão bom assim: despertar incerto
partir a língua em dois como um hiato
granjear o sol dalgum hemisfério
reaver-me dos engenhos necessários
e supor que tudo se resume, caro watson,
a morte & amortu não estás aqui
em tanto sítio em tanto corpo assediado
no dia em que Freddie morreu.se em muito te reconhecia,
em pouco te relembro agoraPara Vicente Ansola
o mar
sopraba azul
e abaneaba as follas dos carballos
mentres eu paseaba silencioso
ao compás do teu recordohabía
quen berraba agonizante
incrédulo
a tanto naufraxio
e tanto amor
tamén era eu
mais non quixen facerme casopercorrín de novo o camiño á casa
fecheime no cuarto
e oferteime ao teu deliriopronto
fomos augaAo pasar polatúa porta
Levo presa e voucorrendo
Porque non digan teuspais
Que de amores te pretendo
Ao pasar polatúa porta
Levo presa e voucorrendo
Dende aquí te estou mirando
Cara cara, frente a frente
E non che podo dicir
O que o meu corazón sente
Dende aquí te estou mirando
Cara cara, frente a frente
Nestelugarínpequeno
Amores hei de encontrar
Ou no pico ou no fondo
Ou no medio do lugar
Nestelugarínpequeno
Amores hei de encontrar
Polo sol mándoche cartas
Pola lúa saudades
Polasestrelas do ceo
Memorias que te regales
Polo sol mándoche cartas
Pola lúa saudades(Capicua)
Ela é medusa.
A vítima que toda a gente acusa.
E de quem a vida abusa.
Ela é Medusa e recua e recusa
E resiste, ele insitiste e arranca-lha a blusa e usa-a
Escusa, ela acua, sozinha na rua
Seminua
Semi-sua
Semi- morta
Porque mais ninguém se importa!
Ela é Medusa
O corpo pra que toda a gente aponta
Que posta, não gosta,
faz troça, desmonta
Comenta, ali exposta na montra,
De fita métrica pronta
Examina-se a carne
E critica-se a “coisa”.
O resto não conta
É uma sombra…
É uma sombra…
É uma sombra…
_Por cada vítima acusada
E transformada em monstro
Em cada casa, cada caso,
Cada cara e cada corpo
Em mais um dedo apontado ao outro,
Cresce a ira da Medusa que me vês no rosto
_(Valete)
Em cima da ponte está a tua irmã desaparecida
em interação com aqueles instintos suicidas
abatida na depressão duma história nunca esquecida
vencida por um trauma de uma violação aos 15
Em cima da ponte está a mulher que bombardeiam
Por usar a liberdade sexual tão proclamada
Degolada por tantas ofensas que vocês fraseiam
Exterminada por aquele nojo daqueles que a rodeiam
Em cima da ponte está Maria Conceição
Vítima de uma relação e de um amor tirano
Marcada pela opressão e traumatismos cranianos
Golpeada por quase 20 anos de agressão doméstica
Em cima da ponte está a tua vizinha acanhada
Há muito aniquilada por esperanças que se esfumam
Há muito rebaixada por vexames que se avolumam
Envergonhada pelo próprio corpo que todos repugnam
Em cima da ponte…
_Por cada vítima acusada
E transformada em monstro
Em cada casa, cada caso,
cada cara e cada corpo
em mais um dedo apontado ao outro, Oh!’
Cresce a ira da Medusa que me vês no rosto
_
(Capicua)
Ela é Medusa
A miúda de que toda a gente fala.
Na rua, na sala de aula, e à baila
Vem ela, a cadela, a perdida, sem trela,
Vadia, cautela com ela,
Que é livre, e vive
A vida dela
Como se atreve?
Aquela…
Como se atreve?
Aquela…
Como se atreve?
Aquela…
Ela é Medusa
Aquela de que mais ninguém tem pena
Que apanha, sem queixa, que deixa e aguenta
Aquela que pensa que o amor é pra sempre,
E na crença, sofre em silêncio…
Só.
Completamente só.
Esconde a nódoa negra com o pó.
Só.
Completamente só.
Esconde a nódoa negra com o pó.
_Por cada vítima acusada
E transformada em monstro
Em cada casa, cada caso,
cada cara e cada corpo
em mais um dedo apontado ao outro, Oh!’
Cresce a ira da Medusa que me vês no rosto
é a minha ira, a nossa ira, a ira…
a minha ira, a nossa ira, a ira…
a minha ira, a nossa ira, a ira…Parabará, parabará, …
Baixo unha pedra de sal,
naciches meu queridiño,
o sol quentaba a túa cara
nun abranco ben tranquilo.
Esa noite que partías
Ben mansiño estaba o mar
A túa vida unha viaxe
As nubes, o teu fogar.
Ai le la, ai le la …
Voa, queridiño, voa.
Ai le la, ai le la
Como o tempo de estar soa.
Voa, queridiño, voa.
Ai le la, ai le la
Como o tempo de estar soa.Non podes seguir así,
Fuxe desta xente necia
Lisca e vaite co vento
Esta terra non te aprecia.
Este ventos non son fortes,
nensirven para voar
atopareite nas pontes
do río baixo o luar.
Ai le la, ai le la …
Voa, queridiño, voa.
Ai le la, ai le la…
Como o tempo de estar soa.
Ai le la, ai le la…
Voa, queridiño, voa.
Ai le la, ai le la…
Como o tempo de estar soa.Non sintas pena de min,
Non teñas pena ningunha,
que o noso camiño así,
queridiño, continúa.
Non sintas pena de min,
Non teñas pena ningunha,
Que o noso camiño así,
queridiño, continúa.
Ai le la, ai le la…
Voa, queridiño, voa.
Ai le la, ai le la…
Como o tempo de estar soa.
BisEstá o meu segredo
Cedo à tentação
De o guardar mais um momentoPorque enquanto o segredo fica
É como se não fosse
Como se não fosse
Embora a culpa insista
Persiste e a força é de guardarA teu lado medito
Na melhor forma de dizer
Que os frutos do nosso amor
Não se podem colherMas não está certo
Não podia acontecer
Estávamos tão perto
Chegar à praia p’ra morrerTriste e estranha sensação
Um homem sem função
Sem continuação
Sangue do meu sangueNão te julgarei, querida
Se o teu coração
Ao amanhecer
Se encolher ao me verVais partir em busca da vida
Destruído sorrirei
Na hora da despedida
Destruído
Destruído sorrireiPara cantar coma min-e
Para cantar coma eu canto
Para cantar coma min-e
Para cantar como eu canto
Ese cantar que botaches
Dime quenchoaprendi-e
Ese cantar que botaches
Dime que choaprendiu
Aprendiumomiñaavoa
A nai da nai que me pariu-e
Para cantar coma min
Para cantar como eu canto
Para cantar coma min
Para cantar como eu canto
Levo unha una pena moi fonda
Cravada dentro da ialma
Levo unha pena moi fonda
Cravada dentro da ialma
E habíamesme de bicar-e
Que con iso me pasaba
Para cantar coma min-e
Para cantar como eu canto
Para cantar coma min-e
Para cantar como eu canto
I esta miñacompañeira
Cosollos que ten na cara
Esta miñacompañeira
Cosollos que ten na cara
Non hai rapaza nin mozo
Que non queiranamorala
Para cantar coma min-e
Para cantar como eu canto
Para cantar coma min-e
Para cantar como eu canto
Busco gracia busco gracia
Busco gracia e máis donaire
Busco gracia busco gracia
Busco gracia e máis donaire
Fun á rúa onda por ela
E non andaba no baile
Para cantar coma min-e
Para cantar como eu canto
Para cantar coma min-e
Para cantar como eu canto
Para cantar coma min-e
Para cantar como eu canto
Para cantar coma mine
Para cantar como eu canto
Hai que te-lo sentimento
Do fogo que está bailando
Para cantar coma min-e
Para cantar como eu canto
Para cantar coma min-e
Para cantar como eu canto (bis)Quando o sol nascente deixou ver
No horizonte a ilha se estender
Como um manto em tons de prata à luz do amanhecerA planura imensa do areal
Brilhava como um espelho de sal
E a brisa empurrou o barco ao meu ponto finalNa branca rebentação
Ondeava a solução
Foi na ilha que aprendi a ler
As estrelas e o céu de chover
Contei luas e marés até adormecerSonhei com meu norte cardeal
E a surdez da minha capital
Entre o vício e a virtude
Entre o bem e o malA insónia nacional
Tempestade irracionalNos braços daquela solidão
Longe do ruído do betão
Apesar da humanidade e a sua ambiçãoDecidi voltar atrás
Desistir nunca dá paz
A beleza insular
Não chega sem partilharEn Américaestou, menudo Panorama,
marcheipa Paris cunhatropacubana
salín de Tarajoña, buscando a Superfama.Eu que sempre fun o mais rockero dos vesiñosiba de Suave
acabéi de Suavesito
Cometin o delito, acabé de Suavesito.Aquíhaimoitorocanrol, demasiadorocanrol, rocanrol!!!
Fún para Vijobuscando a Sintonía,
con un Salsa Rosa entróume a cajarria
MenudaJran Parada, no medio da autovía.Aquíhaimoitorocanrol, demasiadorocanrol, rocanrol!!!
Aquíhaimoitorocanrol, demasiadorocanrol, rocanrol!!!Baixaron os dioses da Olympus carjados de cubanitos
Y o “Highway to Hell” tocaronLitros de alcoholpor mis venas, quierojosar con las nenas
Y acabarhasiendoManá
(hungachacahungachacahunga…)Aquíhaimoitorocanrol, demasiadorocanrol, rocanrol!!!
Aquíhaimoitorocanrol, demasiadorocanrol, rocanrol!!!
Aquíhaimoitorocanrol, demasiadorocanrol, rocanrol!!!
Aquíhaimoitorocanrol, demasiadorocanrol, rocanrol!!!(hungachacahungachacahunga…)
Que se os canóns do Sil ou as fragas do Eume
a pesca no Ulla ou o aroma do Lérez
algún poeta a recitar nasbeiras do Sar
O río Miño e unha recua de regatos afluentes
os que van para Asturias como o Navia e o Eo
do Xallas ves no Ézaro a fervenzadende o mirador
Pero hai un río que se marxinou
nin dios coñece o Anllóns
Nin dios o coñece. O outro día pregunteille a miñanai e non sabía que río era. Explícovos.
Sae da Serra de Montemaior
pérdese no Verdes e no Añón
e vaimorrerao mar na ría de Laxe e Corme
é un referente na labor da contraminacción
busca a purificación
e rega as terras da comarca de Bergantiños
É que é un río que se marxinou
nin dios coñece o Anllóns
con esa fonética vai conquistar
a un pobo con collóns
Basta xa de falarsempre dos mesmos putos ríos
a rebelión comeza por gabarse dos cativos
e hai que remediar unha errada educación fluvial
que merdallesensinanaos rapaces nasescolas
se non saben o nome do río que máis mola
comeza un tempo triunfal coAnllóns de emblema nacional
É que é un río que se marxinou
nin dios coñece o Anllóns
Sae da Serra de Montemaior
pérdese no Verdes e no Añón
e vaimorrerao mar na ría de Laxe e Corme
O esteiro é tan fermoso
deixaratesen respiración
eu non sei nadar pero aprendería no Anllóns
Anllóns
Carballo mola mogollónOnda soante e branquiña
Que vas e ves a porfía
Coma ti parece ser
A miñamalenconía
O mar a beira te leva
Mais ti corredora onda
Chegas a ela e das volta
Vamos procurar na nosa memoria
A imaxe real do noso pasado
Para entender o noso fado
Vamos voltarao principio da historiaEra um redondo vocábulo
Uma soma agreste
Revelavam-se ondas
Emmaninhos dedos
Polpasseuscabelos
Resíduos de lar
Nos degraus de Laura
A tinta caía
No móvelvazio
Convocando farpas
Chamando o telefone
Matando baratas
A fúriacrescia
Clamando vingança
Nos degraus de Laura
No quarto das danças
Narua os meninos
Brincavam e Laura
Na sala de espera
Inda o ar educa
Era um redondo vocábulo
Uma soma agreste
Revelavam-se ondas
Emmaninhos dedos
Polpasseuscabelos
Resíduos de lar
Nos degraus de Laura
A tinta caía
No móvelvazio
Convocando farpas
Chamando o telefone
Matando baratas
A fúriacrescia
Clamando vingança
Nos degraus de Laura
No quarto das danças
Narua os meninos
Brincavam e Laura
Na sala de espera
Inda o ar educaDoce é a luz do teu ollar
Doce ten pedriñas de cristal
Doce, as ondas que fan as mans
do teu marDoce, escoito no teu canta
Doce, sereas de escuma e sal
Doce, túa voz ao arrolar
o meu marNaninaniná, naninaninana, naninaniná, naninaniná
Naninaniná, naninaninana, naninaniná, aaaaaaaA xente fala que será de ti,
Vas quedar na casa como sigas así.
A xente fala, non sabe que dicir.
Distinta, diferente, haixentepa’ todo!
Pasan os anos caladas, sumisas,
Non consintas, non permitas.
O teucorpo, os teusdereitos,
Que ninguén decida por ti.
A xente mola aínda que esté tola.
Haiquen debe e haiquen bebe,
Haiquen bebe porque debe
E logo tamén deben o que beben.
A xente fala, a xente cala.
Haixente mala que fala por falar,
Leriando, enrredando, whatsappeando,
Sen rumbo fixo como o vento.
A xente fala, a xente cala.
Estamos fartas de pagar,
Xa estamos fartas de apandar,
Seremos clandestinas nunca máis.Ollando práLuaña,
percorro o horizonte.
No lombo dunha araña,
achégome aos seus montes.
Dunha feitura estraña,
vexo rinocerontes,
fouciños e gadañas,
corvos e tartarañas
que beben das súas fontes.
Eu son un instrumento de vento
non caio no salouco
pero vivo no lamento.
A min chámanme louco
sen me ler o pensamento.
Se pensas que isto é pouco
é porque falo, calo, vivo
sinto e penso lento.
Navego polo espazo.
Quixera ser poeta
máis non paso de pallaso.
Facer o que me peta
e deseñar libre o meu trazo,
Matón de discoteca
chorar a Cangas do Morrazo.
Eu fáloche de min,
pero fáloche de ti,
das cores das persoas,
amatistas e rubís.
Hainas chungas e boas,
Xan Bautistas e Dalís
Dalípra aquí,
o bisturí do cirurxián corta o prepucio.
Eu hai cuestións
sobre as que non me pronuncio.
Ollando práLuanha,
percorro o horizonte.
No lombo dunha araña,
achégome os seus montes,
dunha feitura estraña,
vexo rinocerontes,
fouciños e gadañas,
corvos e tartarañas
que beben das súas fontes.Constelacións de flexos,
prendidos e espallados,
alumean a noite,
desexos inconexos,
metidos no faiado.
Non teño quen me escoite,
é duro e escuro como
a cartola, comoMandela.
Nacín na póla e vivo nela,
mira entre o fume se hai complicidade,
esperto os vagalumes da cidade.
Levanta as áncoras, tira para Itaca,
e leva un bo caderno de bitácora.
O cuadro non vale de traca.
Taba mellor no monte,
no monte escuro,
pensando no futuro
tou mellor en calquer onte
e viceversa, tanta conversa
taba mellor nesa montaña,
ollando práLuanha.Ollando práLuanha,
percorro o horizonte.
No lombo dunha araña,
achégomeaos seusmontes.
dunha feitura estraña,
vexo rinocerontes,
fouciños e gadañas,
corvos e tartarañas
que beben das súas fontes.Bis
Sei lá
Se sinto mais
Quando tu estás
Ou quando vaisSei lá
Tudo que estás
Se é bom assim
Ou se é demaisSei lá se voltarás
Ou se, afinal, nunca virás
Virás ou não virás?
Se voltarás, não sei, sei láMas sim, eu fico aqui
Na ilusão que te perdi
Perdi, ou não perdi?
Não sei se não, não sei se simSei lá se voltarás
Ou se, afinal, nunca virás
Virás ou não virás?
Se voltarás, não sei, sei láSei lá se voltarás
Ou se, afinal, nunca virás
Virás ou não virás?
Se voltarás, não sei, sei láE mi ke maria di lida
Mudjer balida sempri na buska bida
Buska bida dia, buska bida noti
Nten dôs bóka, ku mi tres ke pan sustenta
Ai si bu tem ki dan ka bu nganan!
Si u tem ki dan ka bu nganan!Nha maridu ba lisboa, ka fla nada
Ka mandan karta nen telegrama, ki fari dinheru
Trabadju di strada sta paradu, inda ka abri
Ai si bu tem ki dan ka bu nganan!
Si u tem ki dan ka bu nganan!Korpu ta ronda é mau sinal
Mar djan padja inda ka ronka
Tanberina kau xinega ka rabenta
Ai si bu tem ki dan ka bu nganan!
Si u tem ki dan ka bu nganan!Nada tenho como certo, não
O certo nunca foi pra mim
A minha pele como um pó
Veio o vento a mudar quem sou
Vai veloz, sem cairMas desde que te vi
Com o coração colado ao peito, já
Já tão desfeito do que quis
Sou barco negro e tu farol
Noite escura estendida ao sol
Mão no ar, estou aqui
Vou veloz e vou por tiChama-me que eu vou
(Woo-hoo, woo-hoo) Já te vejo em todo o lado
(Woo-hoo, woo-hoo) Pede-me que eu dou
(Woo-hoo, woo-hoo) Chama-me que eu vou
Pela porta de frente
Contigo eu posso ser o que eu sou
‘Tigo, heyE não me tires o tapete, não
Não me contes já o fim
Que esta canção eu sei de cor
E a vontade só quer dançar
Mão no ar, estou aqui
Vou veloz tentar por tiChama-me que eu vou
(Woo-hoo, woo-hoo) Já te vejo em todo lado
(Woo-hoo, woo-hoo) Pede-me que eu dou
(Woo-hoo, woo-hoo)Lá no alto há um santo que alguém largou
(Woo-hoo, woo-hoo)
No meu altar um desejo que só para ti cantou
(Woo-hoo, woo-hoo)
Mais que uma vaga promessa (woo-hoo, woo-hoo)
Que tão depressa cansou (woo-hoo, woo-hoo)Vem fazer par desta dança
Contigo eu consigo
Eu vou ser tudo aquilo que eu sou
Contigo eu vou ser o que eu sou
‘Tigo eu posso ser (woo-hoo, woo-hoo)Chama-me que eu vou
Hey (woo-hoo, woo-hoo)
Chama-me que eu vou, hey, ho
‘Tigo eu posso ser o que eu souEu nem sei como começo
Fica tão difícil para mim
E digo coisas sem nexo
Perguntas porque estou assim
Eu nem sei explicar nem vou contar
Que o tempo pára ao ver-te acordar
Nesse teu jeito inocente
Que me faz não te querer largarForam os teus abraços
O sorriso maroto
O teu corpo desenhado
E eu desajeitado
E tu sem me dar troco
Fica mais um bocadoE ela diz que não dá
Não dá, não dá, não dá
Tu não estás bem quando estás sozinha
Eu não percebo se tu estás na minha
Mas vá lá não fiques convencida
Só porque és mais gira do que queridaE então eu sou um perdido e um achado
Tu às vezes pões de lado
Mas queres e então
Eu penso em ti todos os dias
Mas não sei se penso mais do que pedesForam os teus abraços
O sorriso maroto
O teu corpo desenhado
E eu desajeitado
E tu sem me dar troco
Fica mais um bocadoE ela diz que não dá
Não dá, não dá, não dá
Não dá porquê
Se nos teus olhos eu vejo
Que tu queres mais de mim
Eu grito, mas tu não vensNem tens alguém que te provoque
Te deseje e te toque
Que te faça rir
Te espere e te leve no meu hip-hopQuero ter-te por perto
Vem ter comigo és tu que escolhes
Nunca houve mais ninguém
Tens o meu mundo nos teus olhosNada é incerto e tu és essa vontade
De te ter, de te querer
De te sentir e escrever
E dizerQue és aquilo
Que eu preciso então
Eu sei que vali a pena
Só não sei se sãoOs meus abraços
Que te sabem a pouco
E tu queres o teu espaço
Será que sou passado
Ou isto é só um jogo
Para me teres ao teu ladoMas ela diz que não dá
Não dá, não dá, não dá
E ela diz que não dá
Não dá, não dá, não dá
Tu, só tu, só tu
Que me faz ser eu
És tu, só tuE o que é que aconteceu
És tu, és tu
E o que me deu
És tu, só tu
Tu, só tu, só tuA luta é de quem trabalha
Mudando o presente com as mãos
Também é dos que acreditam
Que os seus sonhos não são vãosCeifeira, linda ceifeira
Eu hei-de casar contigo
Lá nos campos, secos campos
À calma ceifando o trigoÀ calma ceifando o trigo
Pela força do calor
Ceifeira, linda ceifeira
Hás-de ser o meu amorBem podia quem tem muito
Repartir com quem não tem
O rico ficava rico
E o pobre ficava bemTalvez seja isto a solidão
Este nó no coração
Apertado com saudade
Talvez seja isto o abandono
Como as folhas no outono
Se espalham na cidadeTalvez seja só isto que sobra
Quando o tempo vem e cobra
A alegria que nos deu
Talvez seja só isto que resta
Quando nada já nos presta
Quando tudo já doeuO que mais custa é não saber de ti
Não saber se me esqueceste
Não saber se me perdeste
Não saber se te perdiTalvez se eu voltasse a ser brinquedo
Eu matasse este meu medo
De já não servir ninguém
Talvez se eu voltasse à tua mão
Se acabasse a escuridão
E ouvisse mais alémTalvez seja isto que magoa
O vento e o tempo não perdoa
E que o teu amor passou
Talvez seja assim que tudo acaba
Pode ser que talvez nada
Nos avise que acabouO que mais custa é não saber de ti
Não saber se me esqueceste
Não saber se me perdeste
Não saber se te perdiO que mais custa é não saber de ti
Não saber se me esqueceste
Não saber se me perdeste
Não saber se te perdiHá no céu da boca
Um sabor a Mel Fel
Toda a Beleza é pouca
Ninguém manda no BordelHá na China
Uma Barragem suicida
Para quem quer Mudar de Vida
Um Chamado InvestimentoApaga as luzes
Já é de manhã
Aproveita o vento
Finge um sentimentoHá no Clima
Uma Alteração no Tempo
E Quando Muda a Hora
Lá vem SofrimentoLiga a cadeira eléctrica
Sente a energia
Funciona tudo por magia
LigaCadeira eléctrica
Corta a corrente
Passa tudo
Tudo por magia